terça-feira, 19 de julho de 2011

Crocodilo vira a droga mais popular da Rússia e dois ministros lucram com vendas



Segundo cálculos oficiais, na Rússia existem cerca de 6 milhões de usuários de drogas ilícitas. E a cada ano morrem, em decorrência do consumo, 100 mil toxicodependentes, 70% deles com menos de 30 anos de idade.
Esse quadro está se agravando em face da proliferação da droga que vem sendo chamada de “crocodilo”.
O preço baixo do “crocodilo” possibilitou sua expansão. E os usuários de heroína passaram a consumi-lo em substituição.
O crocodilo já é a droga mais popular da Rússia e o princípio ativo é a “desomorfina”.
O crocodilo resulta de uma mistura.
Alguns dos componentes para a elaboração do crocodilo só são encontrados para venda na rede de farmácias dos filhos de um casal de ministros da Rússia. Ou melhor, filhos da ministra da vigilância sanitária, Tatiana Golikova, com o ministro Viktor Khristenko, da pasta da indústria e do comércio.
A venda livre dos componentes à base de codeína é realizada na rede Pharmastandard - pertencente aos filhos dos dois ministros. Em outras palavras, não há proibição legal para as vendas de Terpincod, Codelac e Pentalgin, todos produzidos, frise-se, pela Pharmastandard.
Para Vladimir Kalanda, do serviço federal russo antidrogas, os efeitos do crocodilo são semelhantes aos da heroína, mas o custo para o usuário é três vezes menor: “Em 2005 poucas regiões do país usavam fármacos contendo codeína para preparar a desomorfina. Atualmente, o consumo da desomorfina se popularizou”.
Em entrevista à mídia europeia, Kalanda falou sobre os efeitos devastadores provocados pelo crocodilo e afirmou que os seus usuários morrem num arco de tempo entre 1 e 3 anos.
A substância, alertou Kalanda, provoca necrose da pele, que fica enrugada e esverdeada. A acidez em face de certos insumos usados no preparo chega a dissolver o tecido ósseo. As mortes decorrem de (1) envenenamento do sangue, (2) pulmonite, (3) miningite ou (4) putrefação.

Wálter Fanganiello Maierovitch

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