sexta-feira, 30 de novembro de 2012

MInistério Público pede 40 milhões por FRACASSO na cracolândia




Governo é alvo de ação civil pública, que também exige fim das ‘procissões do crack’ feitas pela Polícia Militar

12 de junho de 2012
17h 13


Werther Santana/AEUsuários de drogas na cracolândia no dia 11 de julho de 2011SÃO PAULO - Após finalizar inquérito sobre a ação da Polícia Militar na cracolândia, o Ministério Público entrou nesta terça-feira, 12, com ação civil pedindo à Justiça que o governo do Estado pague indenização de R$ 40 milhões por danos morais coletivos. Também foi pedida uma liminar que proíba que os policiais realizem as "procissões do crack", termo criado pelo Estado para definir a dispersão permanente dos usuários, sob pena de multa R$ 100 mil.
Para os promotores, a ação foi "um fracasso completo", violou direitos humanos e desperdiçou dinheiro público. "Começou de modo desastrado pela sua desarticulação, desenvolveu-se de modo violento e, se chegou ao final, chegou com resultado desastroso", definiu o promotor da Habitação e Urbanismo, Maurício Ribeiro Lopes.
Segundo os quatro promotores que assinam a ação, a operação não quebrou a logística do tráfico de drogas, um dos objetivos da intervenção que começou em 3 de janeiro.

Foram apresentados dados de autuações que mostram que houve menos apreensões de drogas em janeiro e fevereiro. Em 2011, foram apreendidas 5.123 pedras de crack, contra 3.037 no mesmo período de 2012, queda de 40,9%. Também houve redução das apreensões de cocaína (90,9%) e maconha (91,7%). "A operação ampliou a atuação dos traficantes para outros logradouros da capital, à medida que para lá dispersou os usuários", disse o promotor de Direitos Humanos, Eduardo Valério.

O inquérito também concluiu que a ação na região central foi malsucedida do ponto de vista de saúde. Três meses após a operação, de 129 internados, 86 não faziam mais tratamento. Entre os 43 que sobraram, a maioria não era da cracolândia. Segundo o MP, a Prefeitura estabelece que o tratamento ideal contra o crack dura seis meses e tem eficácia entre 10% e 30% dos usuários.


Além disso, documento da Secretaria Municipal de Saúde mostra que as instituições não comportam a demanda. De 255 internações solicitadas pelo Atendimento Médico Ambulatorial (AMA) Boracea, que fica perto da cracolândia, só 148 pacientes foram atendidos. O Centro de Atendimento Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD) solicitou 74 internações, mas fez só 65. Promotores afirmaram que ação quebrou vínculos dos agentes de saúde com os viciados.


Responsabilidade. Apesar das críticas à Prefeitura, o Município não é alvo da ação. Promotores constataram que a Prefeitura foi pega de surpresa pelo episódio. Outro inquérito foi aberto para apurar se os agentes públicos cometeram irregularidades. Os promotores encaminharam a apuração para o procurador-geral de Justiça, Márcio Fernando Elias Rosa, que vai apurar se uma ação contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB) é cabível.

Caso o Estado seja condenado, a indenização deve ser depositada em um fundo público e pode ser usado em ações contra as drogas. Se a liminar for concedida, policiais não poderão dispersar os usuários. Caso sejam flagrados usando drogas, devem ser levados à delegacia.


Falando em nome do Estado, a Secretaria de Estado da Justiça afirma que a operação "vem atingindo seus objetivos". Em nota, diz que houve internação voluntária de 660 dependentes e encaminhamento de 11 mil para abrigos. "A presença da PM resultou na captura de 121 condenados foragidos, bem como na prisão de 462 traficantes", afirma a nota. Por não ser alvo da ação, a Prefeitura não se manifestou.





















Estamos em pleno mar. Navio PSDB naufragando.




Em resumo: Barros Munhoz faz uma autocrítica a seu partido: " A bancada do PT dá de 10 a 0 na gente"

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Política Criminal Equivocada do Estado de São Paulo - 1

Os Secretários de Segurança dos Estados são os responsáveis pela política criminal nos Estados.
Em São Paulo há vinte anos os Secretários de Segurança são Promotores de Justiça.
Nestes anos, a sensação de insegurança somente aumentou.
A política criminal executada foi a de curto prazo com continuidade apenas em dois aspectos: primazia das estatísticas criminais para ações pontuais e arrojo salarial dos profissionais de segurança pública.
......continua

Política Criminal e Prevenção ao uso de drogas

Esta semana iniciamos o projeto Inconsciente Coletivo - Método Prático para Prevenir o Uso de Drogas.
A política criminal é um dos temas que pretendo abordar neste trabalho pois um dos pontos(importantíssimo por sinal) é a necessidade de alteração da política criminal em termos estaduais para a aplicação global do método.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Acompanhe os Campeões Não Usam Drogas no Twitter

Isto é uma Política Criminal Equivocada.


Apesar da crise, Alckmin investiu 45% da verba de segurança pública

Jornal Folha de São Paulo

Faltando pouco mais de 30 dias para fechar um dos anos mais violentos em São Paulo desde o final da década de 1990, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) aplicou apenas 44,6% do previsto no Orçamento para investimentos na área de segurança pública.

Índice ficará perto de 100%, diz governo de SP

Prazo para conter a violência é 'para ontem', afirma Alckmin

Dados do sistema de acompanhamento da execução orçamentária (Siafem) mostram que a Secretaria da Segurança Pública empenhou (comprometeu) até a semana passada R$ 195,2 milhões dos R$ 437,9 milhões do Orçamento.

Se for considerar o valor liquidado (que efetivamente deixou os cofres), foram despendidos apenas R$ 36 milhões, ou 8,2% do planejado.

Essa verba não inclui despesas com custeio da pasta (como folha de pagamento), mas apenas investimentos como compra de veículos, construção de prédios ou aquisição de equipamentos de informação e inteligência.

A Polícia Civil foi a que menos gastou, empenhando apenas 15% do que havia orçado. Nesse período, a Polícia Militar empenhou 67,5%.

Os números foram obtidos pela Folha com a liderança do PT na Assembleia. O governo afirma que o índice vai subir até o final do ano, com a conclusão de licitações.


INVESTIGAÇÃO

Para a presidente da Associação dos Delegados de SP, Marilda Pinheiro, a falta de investimentos acabou sucateando a Polícia Civil.

A Polícia Civil é considerada a "polícia de inteligência", que deve esclarecer crimes.

A inteligência policial e a investigação são consideradas pela maioria dos especialistas como fundamentais para frear a violência, que neste ano já vitimou ao menos 3.834 pessoas e 96 PMs.

A gestão de Antonio Ferreira Pinto, que foi demitido na semana passada, recebeu críticas por ter supostamente priorizado a PM e o enfrentamento com o crime organizado em detrimento da Polícia Civil e do trabalho de investigação. O ex-secretário nega.

A prioridade para os trabalhos de inteligência e investigação também foi apontada pelo novo secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Veira, como uma das principais mudanças a serem implantadas por sua gestão.


domingo, 18 de novembro de 2012

Maconha não terá mais venda proibida para turistas em Amsterdã


Maconha não terá mais venda proibida para turistas em Amsterdã

Os turistas que forem para Amsterdã vão poder continuar a visitar os coffee shops em 2013. O prefeito da capital holandesa afirmou que a venda de maconha nas cerca de 220 lojas da cidade não será proibida, conforme a lei aprovada há dois anos no país.
Eberhard van der Laan disse ao jornal local De Volkskrant que tomou a decisão pensando nas consequências da proibição, incluindo o ressurgimento do tráfico de drogas nas ruas. O prefeito citou também que, através do sistema atual, as autoridades têm controle sobre a quantia e a qualidade da erva vendida.
Segundo ele, o 1,5 milhão de turistas não vão simplesmente dizer “sem mais maconha” só porque as lojas vão parar de vender. “Eles vão procurar por toda a cidade. Isso levaria a mais roubos, problemas com falsas drogas e do controle da qualidade”, disse.
Conforme a lei holandesa, apenas moradores residentes no país e registrados poderiam comprar uma cota de maconha legalmente nos coffee shops. O motivo da lei foi o crescente aumento de turistas de países vizinhos que atravessavam a fronteira apenas para comprar a droga.
Com o receio do crescimento no mercado negro, no entanto, o governo autorizou que cada cidade adaptasse a legislação.

domingo, 11 de novembro de 2012

Procurador põe em dúvida tributação da maconha legalizada no Colorado



09 de novembro de 2012 | 9h 25
ALEX DOBUZINSKIS - Reuters
O procurador-geral do Colorado, John Suthers, disse que o Estado não poderá cobrar até 15 por cento de imposto sobre a venda de maconha legalizada se não obtiver uma aprovação adicional do eleitorado, colocando em dúvida a rapidez com que será implementada a legalização da maconha para uso recreativo, aprovada na terça-feira numa votação.
O procurador, que é republicano, havia dito que implementaria a medida, embora pessoalmente se oponha a ela. Mas ele agora apontou um conflito entre os termos da nova lei e a Carta de Direitos do Contribuinte do Colorado.
O Colorado e o Estado de Washington se tornaram os primeiros dos EUA a aprovar o uso recreativo da maconha por adultos, o que coloca ambos os Estados numa possível rota de colisão com o governo federal, que continua considerando a maconha uma droga ilícita e perigosa. Também na terça-feira, o eleitorado do Oregon rejeitou uma medida semelhante.
Suthers criticou a campanha da legalização por dizer ao eleitorado que o Estado taxaria o produto e com isso arrecadaria até 40 milhões de dólares para investir em educação.
"Na verdade, a Emenda 64 não cumpria a linguagem exigida sob a Carta de Direitos dos Contribuintes, e tal lei não será imposta", disse Suthers em comunicado, citando uma lei de 1992 que proíbe os funcionários públicos estaduais de elevarem impostos sem uma votação popular.
Ele disse que o legislativo estadual precisaria aprovar a implantação de um imposto de até 15 por cento sobre a venda de maconha, e levar isso a referendo.
O texto aprovado na votação de terça-feira com 54 por cento dos votos dizia que o legislativo iria impor um imposto especial de até 15 por cento sobre a venda da droga, sem menção a submeter isso a um novo referendo.
Tanto no Colorado quanto em Washington, indivíduos maiores de 21 anos serão autorizados a comprar maconha em lojas especiais e a manter uma onça (28 gramas) do produto.
Brian Vicente, codiretor da equipe que fez campanha pela legalização, disse não antever problemas.
"É simplesmente inconcebível que o legislativo não atue com base nesse mandato direto do eleitorado do Colorado para taxar as vendas de maconha", disse ele, acrescentando que o eleitorado aprovaria o imposto quando ele estivesse estabelecido, no ano que vem. A previsão é de que as primeiras lojas de venda de maconha no Colorado sejam abertas em 2014.
"Gostaríamos de lembrar ao governador e também ao secretário de Justiça Suthers que eles trabalham pelo povo do Colorado, não para o governo federal, então precisam respeitar a vontade dos eleitores", disse Vicente.
Eric Brown, porta-voz do governador democrata John Hickenlooper, disse que o governador vai conversar por telefone na sexta-feira com o secretário de Justiça dos EUA, Eric Holder, sobre a medida.
Hickenlooper, que também se opunha pessoalmente à legalização, prometeu respeitar o desejo do eleitorado.
(Reportagem adicional de Keith Coffman em Denver e Jonathan Kaminsky em Olympia) 

Drauzio Varella.com.br : Maconha




Embora do ponto de vista científico não esteja claro que a maconha  possa provocar dependência química, não existe consenso popular da existência ou não dessa dependência. Muitos defendem tratar-se de uma droga que não vicia e que a dependência é meramente psicológica. Outros asseguram que vicia sim e, por isso, deve ser mantida na ilegalidade. Há os que acreditam não ter cabimento prender um adolescente por estar portando um cigarro de maconha o que no Brasil, assim como em muitos outros países, é considerado crime.
Desse modo, certas correntes advogam que a maconha deve ser descriminalizada, mas não legalizada, enquanto outras defendem sua legalização, baseando-se no fato de que drogas como o álcool e a nicotina são utilizadas e vendidas com total liberdade, apesar de ninguém ignorar que causam mal à saúde.
É importante, então, esclarecer como a maconha age no organismo. Assim que a fumaça é aspirada, cai nos pulmões que a absorvem rapidamente. De seis a dez segundos depois, levados pela circulação, seus componentes chegam ao cérebro e agem sobre os mecanismos de transmissão do estímulo entre os neurônios, células básicas do sistema nervoso central. Os neurônios não se comunicam como os fios elétricos, encostados uns nos outros. Há um espaço livre entre eles, a sinapse, onde ocorrem a liberação e a captação de mediadores químicos. Essa transmissão de sinais regula a intensidade do estímulo nervoso: dor, prazer, angústia, tranquilidade.
As drogas chamadas de psicoativas interferem na liberação desses mediadores químicos, modulam a quantidade liberada ou fazem com que eles permaneçam mais tempo na conexão entre os neurônios. Isso gera uma série de mecanismos que modificam a forma de enxergar o mundo.
O INTRIGANTE PROBLEMA DA DEPENDÊNCIA
Drauzio – Considerando sua larga experiência sobre o tema, qual sua opinião sobre a capacidade de a maconha causar dependência?
Elisaldo Carlini – Quanto ao problema da dependência, é importante considerar as conclusões de alguns estudos sobre o fenômeno da dependência. Pode parecer incrível, mas há trabalhos descritos na literatura sobre a dependência, por exemplo, da cenoura. As pessoas comem tanta cenoura que ficam com a pele amarelada e, por alguma razão, impedidas de comer, entram em crise de abstinência. Há também descrição de dependência, inclusive com síndrome de abstinência, entre pessoas que tomam placebo, substância inócua que não deveria causar alteração nenhuma nesse mecanismo.
Em relação à maconha, há casos registrados de dependência, mas eles não são freqüentes, se considerarmos a imensa população mundial de usuários. Além disso, comparada com outras drogas, a maconha é muito menos indutora de dependência química.
Drauzio – Não será esse o ponto? Fala-se que a maconha não induz dependência porque se compara com outras drogas mais indutoras?
Elisaldo Carlini – Pode ser o ponto, mas se colocarmos a maconha no mesmo saco que as outras drogas, corremos o risco de desacreditar as mensagens de alerta em relação à cocaína, heroína, etc. “Ah, já fumei maconha várias vezes e está tudo bem comigo. Se é tudo igual, posso usar as outras sem preocupação”.

LEGALIZAÇÃO E DESCRIMINALIZAÇÃO DA MACONHA

Drauzio – Como você encara a legalização da maconha?
Elisaldo Carlini – Sou totalmente contra o uso e a legalização da maconha. No entanto, é necessário distinguir legalização de descriminalização. Quando falo em descriminalizar, não estou me referindo à droga. Estou me referindo a um comportamento humano, individual, que atinge o social. Quando falo em legalizar, falo de um objeto. Posso legalizar, por exemplo, o uso de determinado medicamento clandestino ou de um alimento qualquer desde que prove que eles não são prejudiciais à saúde.
Como a maconha faz mal para os pulmões, acarreta problemas de memória e, em alguns casos, leva à dependência, não deve ser legalizada. O que defendo é a descriminalização de uma conduta. Veja o seguinte exemplo: se alguém atirar um tijolo e ferir uma pessoa, não posso culpar o tijolo. Só posso criminalizar a conduta de quem o atirou. A mesma coisa acontece com a maconha. O problema é criminalizar seu uso e assumir as consequências da aplicação dessa lei.
Nos Estados Unidos, num único ano, 600.000 pessoas foram detidas e processadas por posse de maconha e o sistema de justiça americano acabou não fazendo outra coisa do que julgar jovens que, na maioria das vezes, não haviam cometido nenhum outro deslize e ficavam marcados por uma ficha criminal que os prejudicava na hora de conseguir um emprego, por exemplo, e de tocar a vida. Diante disso, vários estados americanos optaram por descriminalizar o uso da maconha. O mesmo fizeram o Canadá e alguns países da Europa, entre eles Portugal. O importante não é punir um comportamento. É corrigi-lo. Para tanto, deve existir um programa eficiente de prevenção e de educação para que a pessoa evite consumir essa ou qualquer outra droga.
Repetindo, sou contra o uso e a legalização, mas favorável à descriminalização da maconha.
Drauzio – Seguindo essa linha de pensamento, você também é contra a legalização do álcool, uma droga com impacto social pior do que o da maconha?
Elisaldo Carlini – Não sou contra a legalização do álcool, porque vivemos uma situação de fato em que seu uso social é aceito e está consagrado. Os resultados da famosa Lei Seca americana já provaram que é impossível proibir o uso do álcool e que, se o fizermos, o tiro pode sair pela culatra.
Não acontece o mesmo com a maconha. A não ser em restritas áreas do mundo, seu uso marginal não é aceito socialmente. Legalizá-la significaria torná-la disponível e sujeita a campanhas de publicidade que estimulariam seu consumo. No entanto, não tenho dúvida de que, se ele continuar crescendo, a sociedade terá de enfrentar no futuro o problema da legalização, porque não adianta lutar contra algo imposto pelo comportamento da população em geral.
Por isso, no momento, é preciso empenhar todos os esforços para desenvolver um programa educacional eficiente visando a impedir o aumento do consumo e, quem sabe, até mesmo baixá-lo, já que muito jovem fuma maconha para transgredir a ordem estabelecida. De certa forma, parece que a transgressão faz parte da vida dos adolescentes.
Numa conferência a que assisti recentemente na Universidade Federal de São Paulo sobre descriminalização ou não da maconha, um professor da Bahia colocou a importância da transgressão na formação da personalidade e citou Adão e Eva, os primeiros transgressores da lei, que não respeitaram a proibição divina e comeram a maçã proibida.
AÇÃO DA MACONHA NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
Drauzio – Como age a maconha no sistema nervoso central? O que explica que algumas pessoas experimentem uma sensação de paz e tranquilidade, enquanto outras se queixem de delírios persecutórios?
Elisaldo Carlini – As viagens boas predominam sobre as alucinações, delírios persecutórios, medos avassaladores. Se não fosse assim, o uso da maconha não seria tão difundido.
Até 1964, quando foi encontrado e isolado o tetraidrocanabinol (THC), sequer se conhecia o princípio ativo dessa planta. Tal descoberta deu lugar a dois questionamentos. Primeiro: se existe o THC, uma substância pura que age no cérebro, nele deve existir um receptor programado para recebê-la. Segundo: se esse receptor existe, nós devemos produzir espontaneamente uma espécie de maconha interna para atuar sobre ele. O passo seguinte foi descobrir que todos os cérebros fabricam uma substância endógena, uma espécie de maconha interna que foi chamada de anandamida, palavra que em sânscrito quer dizer bem-aventurança. Disso resultou uma série enorme de cogitações científicas. Por exemplo: se todos têm um sistema canabinoide que age no cérebro, será que doenças mentais não poderiam resultar de alterações no funcionamento desse sistema?
Outro aspecto que está sendo muito discutido é a relação entre esquizofrenia e os grandes usuários de maconha. Muitos estudiosos levantam a hipótese de que não são as pessoas comuns que se tornam dependentes. Seriam as portadoras dessa doença que desenvolveriam extrema dependência da droga na tentativa de automedicar-se sem ter o conhecimento exato do que estão fazendo.
Na esquizofrenia, existem algumas características chamadas de sintomas negativos. Os pacientes apresentam grande achatamento do afeto. Não vibram com nada. Morrer a mãe ou ganhar um prêmio na loteria dá no mesmo, pois são incapazes de serem tocados pelas emoções e isso faz falta para o ser humano que precisa estabelecer relacionamentos afetivos e experimentar alegrias e tristezas. Parece que a maconha estimula a evocação de sentimentos e sensações que essas pessoas desconheciam e disso decorreria enorme dependência. Com base nesses dados, está sendo estabelecida nova teoria sobre os efeitos da maconha.
GRAU DE DEPENDÊNCIA DA DROGA
Drauzio – Os usuários costumam queixar-se da qualidade da maconha atual. Será que a droga perdeu realmente a qualidade ou, à medida que vai sendo usada, induz tolerância e são necessárias doses cada vez mais altas para produzir o mesmo efeito?
Elisaldo Carlini – Isso depende. É verdade que há indivíduos que ficam dependentes da maconha, mas quero frisar que essa não é a regra geral, não é o que mais preocupa. Fiz parte de um grupo da Organização Mundial de Saúde que estudou o problema do uso cultural da maconha e tive a oportunidade de verificar que grande número de pessoas não se torna dependente. Vi, por exemplo, em Atenas, na Grécia, estivadores saírem do porto no final da tarde e se reunirem nos bares para fumar haxixe, uma forma concentrada de maconha, como se estivessem tomando o chá das cinco. Os psiquiatras gregos que nos acompanhavam comentaram que se tratava de um encontro meramente social repetido todos os dias e que não havia indicação de dependência da droga nessas pessoas.
Além disso, a maconha foi considerada um medicamento valioso no século XIX e nos primeiros 30 ou 40 anos do século XX. Nas farmacopeias americana, inglesa, brasileira, e nos livros de medicina dessa época, é possível encontrar receitas de maconha para uma série de distúrbios. A maconha tem esse lado contraditório. A literatura está repleta de trabalhos sobre as misérias humanas e sobre os benefícios terapêuticos, que não são poucos, que essa droga produz. Por exemplo, nos casos de esclerose múltipla e de dores neuropáticas, seu efeito não é desprezível.
MACONHA E MEMÓRIA
Drauzio – E em relação à memória, qual é o efeito da maconha ?
Elisaldo Carlini- Em relação à memória, o efeito da maconha é bastante curioso e foi muito estudado em nosso departamento. Ela bloqueia a memória de curto prazo, isto é, a memória de pequena duração da qual precisamos num determinado instante e da qual nos desfazemos em seguida. Por exemplo: ao ouvir os números de um telefone, se tivermos que procurar papel e lápis para anotá-los, eles se esvairão de nossa memória e seremos obrigados a pedir que sejam repetidos, o que não acontecerá se tomarmos nota imediatamente.
No entanto, muitas pessoas costumam queixar-se de lapsos de memória quando fumam maconha. Foi o que aconteceu com uma moça que trabalhava no PBX de um hotel e não conseguia completar as transferências de ligação porque se esquecia do número pedido segundos antes, o que não ocorria se não estivesse sob o efeito da droga, e com o jovem bancário que, mal acabava de atender um cliente no balcão, se esquecia do nome que deveria procurar no arquivo.
Esse efeito, que de fato existe, pode trazer grande prejuízo especialmente para os estudantes. Quem vive chapado o tempo todo não consolida a memória de longo prazo, uma vez que ela se solidifica pela repetição do que é registrado na memória de curto prazo. Trata-se, porém, de um efeito transitório que desaparece quando a pessoa se afasta da droga.
Existe outro efeito curiosíssimo da maconha: ela diminui a taxa de testosterona circulante nos homens e reduz o número de espermatozoides, embora não os faça desaparecer completamente. Não interfere na libido, mas, se o homem quiser ter filhos, fumar maconha é mal negócio. Num congresso nos Estados Unidos, levantou-se até a possibilidade, não comprovada, de que seu uso constante pudesse representar o primeiro anticoncepcional masculino. Nesse caso, também, suspendendo-se o uso, a produção de espermatozoides volta ao normal.
APLICAÇÃO TERAPÊUTICA DA DROGA
Drauzio – Os grandes usos médicos da maconha são inibir o vômito na quimioterapia, reduzir a pressão intraocular nos casos de glaucoma e melhorar o apetite de doentes com AIDS em estágio avançado. Com exceção da esclerose múltipla, para todas essas outras situações existem drogas muito melhores do que a maconha, mais potentes e com eficácia comprovada. Você não acha que esse uso medicinal amplo exige um conjunto de informações que ainda não dominamos completamente?
Elisaldo Carlini – Na verdade, existem drogas mais modernas e mais ativas para serem indicadas nesses casos. No entanto, sabemos que não há medicamento eficaz em 100% dos pacientes. Mesmo a morfina não consegue produzir analgesia suficiente em todos os quadros dolorosos. Considerando que, no controle da náusea e do vômito resultante da quimioterapia, o efeito da maconha é digno de nota, não faz sentido restringir seu uso na parcela da população com câncer que poderia beneficiar-se dela quando não responde satisfatoriamente às outras drogas.
O efeito da maconha está também descrito e comprovado em relação ao aumento do apetite dos pacientes caquéticos com AIDS e câncer. Aliás, o poder orexígeno da maconha é inquestionável. Ela realmente desperta o apetite.
No que se refere à esclerose múltipla, trabalho patrocinado por dois grandes laboratórios e recém terminado na Inglaterra descreve o bom resultado da indicação da maconha, ministrada por via nasal, isto é, por inalação de dois ou três de seus componentes, no alívio das dores espásticas e neuropáticas.
Isso confirma as observações do passado e abre novas perspectivas. A Holanda, por exemplo, já comunicou à ONU que está admitindo a plantação de maconha para fins comerciais e terapêuticos em fazendas monitoradas pelo governo, uma vez que doze mil pessoas dependem dela para tratamento médico e que o país pretende exportar o cigarro no futuro. A propósito, gostaria de citar que, em 1905, a Gazeta Médica de São Paulo publicava um encarte de propaganda a respeito de cigarros de maconha importados da França: “Cigarros Índios (outro nome da maconha) importados da França”. 
QUESTIONANDO A METODOLOGIA
Drauzio – Você não acha que do ponto de vista metodológico, esse tipo de trabalho científico para provar a eficácia da droga fumada não tem paralelo, porque a absorção é muito variável, depende da profundidade da tragada, do tempo e da quantidade de fumaça que permanece no pulmão? Por outro lado, quando se usa a maconha em comprimido, que seria a forma de controlar a dose, sua absorção é errática, varia muito de uma pessoa para outra.
Elisaldo Carlini – Você tem toda a razão, tanto que o que está para ser aprovado e comercializado em alguns países do mundo é o princípio ativo da maconha, o THC. Já existe uma substância comercializada por um laboratório americano, que se toma por via oral e cuja concentração do princípio ativo pode ser controlada. Entretanto, parece que essa não faz o mesmo efeito dos cigarros de maconha. Talvez a explicação para tal resultado esteja na superfície dos alvéolos pulmonares que mede mais ou menos 80 m², o equivalente a área de uma quadra de tênis. Consequentemente, a capacidade de absorção nessa região deve ser imensa e justifica a administração de vários medicamentos por inalação. Quanto ao cigarro de maconha, a absorção dos componentes deve variar muito, porque depende de sua concentração na fumaça que se aspira em cada tragada.

EXPERIÊNCIA EM OUTROS PAÍSES
Drauzio – Fale sobre a experiência holandesa de legalização da maconha, porque na Holanda pode-se fumar maconha em qualquer lugar.
Elisaldo Carlini – Na Holanda, você pode fumar em qualquer lugar e existem free-shoppings, na verdade, centros urbanos em que se chega de carro e se compra a droga tranquilamente. Isso acabou se transformando num problema sério na fronteira da Holanda com a Alemanha, porque caravanas de outros países se dirigiam a essas cidades atraídas pela facilidade de obtenção da maconha.
Outro fato interessante é que, nos bares holandeses onde se fuma maconha, são mal recebidos os usuários de outras drogas, como cocaína ou heroína, por exemplo. Na verdade, o ingresso dessas pessoas é praticamente proibido pela clientela que freqüenta esses lugares. Além disso, como já mencionamos, a mensagem de transformar o cigarro de maconha em medicamento partiu do poder executivo.
Drauzio – Como você vê a situação nos outros países?
Elisaldo Carlini – No Canadá, aconteceu o contrário. O parlamento recomendou ao governo central não só a descriminalização, mas também a legalização da maconha, argumentando que ela faz menos mal do que o álcool e o cigarro e que o judiciário está sobrecarregado atendendo a enorme população de jovens usuários dessa droga que ficam marcados por possuir uma ficha criminal.
Se a polícia, no Brasil, tivesse a mesma eficiência da canadense, por exemplo, o número de prisões e processos envolvendo usuários de maconha seria surpreendentemente assustador. Levando em consideração que numa rave dance na periferia de São Paulo – e esse não é o único estado da federação em que isso acontece – milhares de pessoas se reúnem para consumir ecstasy, pode-se concluir que nossas estatísticas estão subestimadas. No entanto, os profissionais que discutem essa realidade não têm vivência prática para entender a magnitude do problema. O parlamento peruano enviou recentemente para o executivo um projeto legalizando o uso da folha de coca. O governo do Peru, incomodado com a deliberação, comunicou-a às Nações Unidas que vai ter de pronunciar-se sobre o assunto.
RELAÇÃO ENTRE MACONHA E VIOLÊNCIA
Drauzio – Na Casa de Detenção, os guardas de presídio lembravam com saudade do tempo em que só a maconha circulava pela cadeia porque o pessoal era menos agressivo e violento. Como se explicam, então, esses casos de violência familiar atribuídos ao uso da maconha?
Elisaldo Carlini – A imprensa tem falado muito sobre o assunto e, às vezes refere-se à maconha, às vezes, à cocaína. No entanto, não acredito sob hipótese alguma que essas drogas sejam capazes de gerar violência patológica, violência assassina, se a tendência já não existir dentro do usuário. A droga irá possibilitar, apenas, que determinadas características pessoais aflorem e se manifestem.
No livro “Casa Grande e Senzala”, que comenta a formação socioeconômica do nordeste, o autor Gilberto Freire relata que os donos de engenho davam bastante maconha para os escravos porque sob sua ação a senzala ficava em paz. Isso não vai contra o que sabemos hoje sobre maconha e violência: aparentemente a relação, se houver, é negativa, isto é, as pessoas não se tornam mais agressivas do que naturalmente são.
THC MIMETIZA A ANANDAMIDA
Drauzio – O que acontece quando os componentes ativos da maconha chegam ao cérebro?
Elisaldo Carlini – Em várias áreas do nosso cérebro existem os chamados receptores para a maconha, localizados na superfície dos neurônios sobre os quais a droga irá atuar.
Quando se processa o estímulo nervoso, as moléculas dos neurotransmissores são liberadas e vão atuar no neurônio receptor (em amarelo nas figuras). Se substituirmos a dopamina citada como exemplo pelo neurotransmissor anandamida, teremos ideia do processo de funcionamento
dos componentes ativos da maconha no cérebro, pois o THC existente no cigarro de maconha faz as vezes da anandamida e age diretamente sobre seus receptores em diferentes áreas cerebrais.
No sistema límbico, que controla a emoção e funções psíquicas superiores, pode provocar sonhos, alucinações ou sensação de paz e de angústia.
PLANTA ORIGINÁRIA DA ÁFRICA
Drauzio – De onde é originária a maconha?
Elisaldo Carlini – A maconha é originária da África. No entanto, talvez a mais antiga referência à planta e a seu uso como medicamento esteja no primeiro herbário construído no mundo, uma coleção de plantas de um imperador chinês, e num livro de Medicina escrito na China no ano 7000 aC.
Na época das Cruzadas, espalhou-se a crença de que a maconha ou haxixe que os muçulmanos fumavam geraria a agressividade com que combatiam os cristãos que queriam libertar Jerusalém.
O primeiro registro sobre o uso da maconha em nossa língua data de 1564 e foi escrito por um português. Um sultão, parece que amigo de Martin Afonso de Souza, contou-lhe que, quando queria ir à Pérsia, à China ou ao Brasil, fumava um pouco dessa droga.

The Top 12 Cannabis-Smoking Countries In The World



saddhu weed smoke
An ascetic sadhu smoking in Kathmandu, Nepal
Yesterday we put together maps of illegal drug use from the U.N.'s World Drug Report 2012, and now we are going through the data to get a better idea of which countries use which drugs most.
Here is a "Top 12" list of countries with the highest annual prevalence of marijuana use (as a percentage of the population aged 15 to 64):
1) Palau: 24.2%
2) Northern Mariana Islands: 22.2%
3) Guam: 18.4%
4) Italy; New Zealand*: 14.6%
6) Nigeria: 14.3%
7) USA: 14.1%
8) Canada: 12.7%
9) Saint Kitts and Nevis: 11.7%
10) Bermuda: 10.9%
11) Spain: 10.6%
12) Australia**: 10.3%
*aged 16 to 64
** aged 14 +


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Mais sobre a legalização da maconha no Estado do Colorado e de Washington


Colorado And Washington Are The First Places In The World Where Weed Is Truly Legal

The marijuana legalization initiatives passed this week in Colorado and Washington state are completely unprecedented around the world, according to a leading drug policy expert.
Beau Kilmer, Codirector of RAND Drug Policy Research Center and coauthor of Marijuana Legalization: What Everyone Needs to Know, told BI that what happened on Tuesday "was really groundbreaking. No modern jurisdiction has removed the prohibition on commercial production, distribution and possession of marijuana for non-medical purposes. Not even Holland."
Kilmer explained that while many people think marijuana is legal in Amsterdam, the governments have simply decided on a formal policy of not enforcing the law against small transactions.
"If you're over 18 you can walk into one of those coffee shops and buy up to five grams," Kilmer said. "Think of it being legal in the front door. However, it's illegal to grow it, distribute it and sell it to the coffee shops in the Netherlands—so it's actually illegal in the backdoor."
Marijuana being illegal keeps prices inflated as an extra price has to be paid to compensate for the risk of arrest and incarceration. The big difference with the initiatives in Colorado and Washington, according to Kilmer, is that the risk cost "goes away with legalization."
So the wholesale price of the drug will drop and an entirely new system will emerge, but what it looks like depends on how it's regulated.
Over the next year the state liquor board in Washington and the Department of Revenue in Colorado will make key decisions such as how marijuana is taxed, the type of grow operations that will be allowed, how large they can be and how many commercial producers are allowed in each state.
(Note: In Colorado it will be legal to privately grow up to six plants—with no more than three being mature at any given time—while in Washington it will still be illegal to grow at home.)
"If production moves from basements and backyards to industrial farms and huge greenhouses … we would expect the production cost to plummet," Kilmer said. 
But don't expect the federal government to be quiet. Several government departments including the DEA, the IRS and the Department of Justice will still have a hand in shaping the market and Kilmer said that it will "be interesting to see how these agencies react to this."
Kilmer noted that the agencies have a number of options—like signaling that they will target big operations or those who openly advertise their product—and they probably won't completely crack down or be completely hands-off. 
"So much depends on not only the federal response but the type of production [the state regulations] allow," Kilmer said. "Ultimately that will influence the retail prices and the tax revenues."
Since it will take some time for them to create the regulatory body, it will be at least a year before marijuana is sold in retail establishments. Until then the beneficiaries are individuals who can grow, share and sell weed in a market that's literally free.
colorado marijuana
Getty
"In the short run you're going to be able to grow your own, give it away, possess it and there won't be a commercial market," Kilmer said. "That in-and-of-itself is another interesting policy experiment." 


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Colorado e Washington....Weed Legalization


Weed Legalization Could Set Off A Radical Chain Of Events In Latin America


drug war mexico
In October 2010 Mexican authorities burned 134 tons of marijuana in Tijuana.
The top advisor to incoming Mexican president Peña Nieto said the world's first full legalization of marijuana in Colorado and Washington “changes the rules of the game” in the war on drugs, The Washington Post reports.
Mexican officials have called for a review of joint U.S.-Mexico drug policies because, as Mexican Congressman Manlio Fabio Beltrones pointed out, "the largest consumer in the world has liberalized its laws.”
Over the last six years Mexico has spent billions of dollars per year to combat drug trafficking only to see cartels become stronger and more than 100,000 Mexicans be killed.
We reported that U.S. voters may have won the Drug War on Tuesday because one or more states growing weed could meet most of domestic demand and sink cartel revenues, but Codirector of RAND Drug Policy Research Center Beau Kilmer reminded us that the U.S. government will have something to say about that.
"The scenario where a state or two ends up dominating all of the U.S. market, that requires some really big assumptions," Kilmer told BI. "I have a hard time imagining that the federal government and other states would let that happen."
Imminent resistance aside, the U.S. government may no longer be in the position to force its drug crusade on other countries. 
“What happened on Tuesday was a game changer," drug analyst Alejandro Hope from the Mexican Institute for Competitiveness told Time. “Now it would be very hard for the U.S. to tell people not to legalize marijuana.”
Even prior to Tuesday, prominent voices including America's closest South American alliesPresident Obama's drug czar Gil KerlikowskeFormer President of Mexico Vincente FoxPrime Minister of Canada Stephen HarperThe Global Commission on Drug Policy and the Council on Hemispheric Affairs have stated that the U.S.-led drug policy of criminalizing drug use and employing military tactics to fight traffickers has been a failure.
So the U.S. government faces a dilemma: does it double down on a decades-long losing war or accept failure and rethink it's position on drugs, especially its extreme stance on marijuana?
One Mexican national-security expert estimated that the Sinaloa cartel, Mexico's oldest and most powerful, moves a kilo of cocaine over the U.S. border about every 10 minutes. Sinaloa has also been flooding key U.S. cities with heroin and methamphetamine.
And yet weed (along with heroin) is classified as a Schedule I substance—meaning that it has "no currently accepted medical use in treatment in the U.S."—while cocaine, along with meth, is a Schedule II substance.
Mexico may provide a solution by not cooperating with the U.S. drug crusade.
“Why are Mexican troops … searching for tunnels, patrolling the borders, when once [marijuana] reaches Colorado it becomes legal?" Jorge Castañe­da, a former foreign minister of Mexico and an advocate for ending what he calls an “absurd war,” told The Post.
The irony for the U.S. government is that Mexico, and the rest of the world, now has a U.S. precedent to cite when creating blueprints for a post-Drug War world.
Now we are not like madmen in the desert," Jorge Hernández, president of the Collective for an Integral Drug Policy and legalization advocate, told Time. "This transforms the debate.” 


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