terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Cai o uso de drogas leves entre jovens alemães, diz estudo

Terra

Um estudo do governo em Berlim revelou que cigarro, maconha e álcool são consumidos com menos frequência por jovens alemães. No entanto, não há razões para diminuir a gravidade do problema.
Que quantidade de drogas é consumida realmente pela juventude alemã? Essa foi a pergunta da Central Federal de Educação sobre a Saúde (BZgA, na sigla em alemão) em seu atual estudo "A tendência do consumo de drogas por jovens na República Federal da Alemanha 2011". Especificamente, o estudo aborda o consumo de nicotina, álcool e maconha. Cinco mil adolescentes e adultos jovens entre 12 e 25 anos relataram a respeito da relação com essas drogas.
Peter Lang, da Central Federal de Educação sobre a Saúde, está particularmente satisfeito com o fato de a tendência de haver cada vez menos fumantes não ter se modificado. "O número de adolescentes entre 12 e 17 anos que nunca fumaram aumentou, desde 2001, de 40% para 71%", diz ele. Em 2001, 28% dos jovens dessa faixa etária eram fumantes, hoje são somente 12%. Também o consumo de maconha caiu entre os jovens de 12 a 17 anos.
Lang atribui essa evolução positiva ao trabalho educacional da BZgA com oferta direcionada na internet, folhetos e eventos nas escolas. Ele explica que a legislação também contribuiu para o declínio do tabagismo, através de medidas como a expansão da proibição de fumar, o aumento do preço dos cigarros e a existência de distribuidores automáticos de cigarros, que só funcionam com cartões de débito.
Álcool: o problema dos jovens
O consumo de álcool entre os adolescentes de 12 a 17 anos diminuiu ligeiramente. O grupo entre 18 e 25 anos, no entanto, ingere bebidas alcoólicas regularmente. Para ensinar as crianças como lidar responsavelmente com vinho, cerveja e bebidas com alto teor alcoólico, a BZgA aposta nos pais e nas escolas. Nestas, a Central Federal oferece seminários participativos e discussões. "São abordados a propaganda, o risco do consumo de álcool, vivências no cotidiano familiar e na vida social. São medidas de apoio aos jovens", diz Lang.
Especialmente aqueles que já se tornaram viciados em álcool precisam de apoio, explica o professor Rainer Thomasius, diretor do Centro Alemão de Questões Ligadas ao Vício na Infância e na Adolescência (DZSKJ, na sigla em alemão). "Temos um grupo de 7% a 8% dos adolescentes entre 14 e 18 anos, que consome álcool de maneira arriscada", afirma.
As crianças e os jovens têm boas chances quando são tratados contra o vício, uma vez que este ainda não se desenvolveu durante décadas, como é o caso dos adultos alcoólatras, diz Thomasius.
Vício dos pais, sofrimento das crianças
Drogas também podem ser prejudiciais para crianças e adolescentes, mesmo quando eles não as consomam. Filhos de pais viciados sofrem especialmente com isso. Eles costumam assumir o papel dos pais, quando estes não estão em condições de assumir suas responsabilidades paternas e maternas. "Isso desperta temores e causa desorientação", descreve Anna Bunning. A pedagoga é gestora do projeto KidKit, uma oferta na internet direcionada a filhos de viciados.
Neste site, crianças e jovens podem receber aconselhamento online ou se comunicar através das salas de bate-papo. Muitas vezes, eles ouvem falar pela primeira vez que dividem o mesmo destino com outras crianças. Isso já é uma grande ajuda, diz Bunning, porque essas crianças são muitas vezes bastante solitárias.
Internet como vício
Apesar da evolução positiva documentada no estudo da BZgA, os serviços de prevenção e aconselhamento continuarão a se ocupar da conduta das crianças e adolescentes frente às drogas. Pois, além das substâncias que causam dependência, como álcool, nicotina e cannabis, cada vez mais o uso patológico da internet assume um papel na questão do vício.
Recentemente, a Central Federal disponibilizou um site, diz Peter Lang, no qual jovens podem ser esclarecidos sobre o uso abusivo da internet. "Eles mesmos podem avaliar se estão lidando com a web de forma sensata ou se estão negligenciando seus contatos sociais."

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