segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Guerra às drogas. Cabeças cortadas são deixadas em estrada mexicana. Procurador geral admite cartéis infiltrados no Estado.

28 de setembro de 2009
Sem Fronteiras

No final de semana três cabeças humanas congeladas foram encontradas em bolsas térmicas deixadas na estrada que liga Ciudad Juarez a Chihuahua.
A estratégia de decapitar e expor cabeças para difundir o medo na população, volta a ser empregada no México, desta vez pelo potente cartel de Juarez, que atua na fronteira com a cidade norte-americana de El Passo.
Neste ano de 2009 e até o último domingo, a “guerra às drogas” conduzida pelo presidente mexicano Felipe Calderon, já contabilizava 600 mortes só na Ciudad Juarez.
Na sexta-feira passado, 25 de setembro, a polícia e os soldados do Exército envolvidos na “guerra às drogas” em Juarez amargaram outra derrota, quando a população ainda se mostrava traumatizada com as três cabeças congeladas encontradas numa bolsa térmica. Ou seja, mais nove corpos, todos crivados de balas, foram abandonados na periferia. Um desses nove corpos empilhados na periferia de Juarez tinha a cabeça separada do corpo.
Na falida “war on drugs” promovida pelo presidente mexicano Felipe Calderon, e que contou com apoio do ex-presidente George W.Bush, morrem, até agora, mais civis inocentes do que narcotraficantes e policiais.
Para se ter idéia dos trágicos resultados dessa “war on drugs”, na quinta-feira 24, o jornalista mexicano Norberto Miranda Madrid foi morto dentro da redação do jornal onde trabalhava. A redação fica em Casas Grandes, cerca de 180 km da cidade de Juarez.
Cinco homens encapuzados invadiram a redação e com golpes de pistola automática realizaram disparos contra o jornalista.
O falecido Miranda Madrid cuidava do site da Radio Vision e, nas últimas semanas, havia publicado matérias sobre violência no estado de Chihuahua e a atuação de grupos de narcotraficantes.
No final de semana, a tragédia não se resumiu a Juarez, No lado do Pacífico, onde atuam os cartéis de Tijuana , Golfo da Califórnia e Guadalajara, a violência fez-se presente. Na estrada federal entre Acapulco e Zihuatanejo, a polícia localizou, ao lado de um veículo, cinco cadáveres de mulheres, entre 25 e 35 anos de idade. As cabeças foram metralhadas e as faces todas desfiguradas.
Isso tudo parece ter sido a recepção que os narcos reservaram a Arturo Chavez, novo procurador geral da Justiça do México.
Em entrevista coletiva para falar sobre as últimas cenas de sangue, o procurador Chavez surpreendeu a todos. Contou que na sua procuradoria Geral, além de corrupção e a certeza de impunidade por parte de funcionários públicos, existe o grave problema da infiltração pela criminalidade organizada.
Chavez assumiu a semana passada a procuradoria Geral. Antes atuava como procurador-chefe no estado de Chihuahua e recebeu críticas por não ter conseguido desvendar os misteriosos assassinatos de uma centena de mulheres em Juarez.
PANO RÁPIDO. O presidente Calderon perde a guerra que deu início logo ao assumir o cargo. Seu prestigio despencou e não vem obtendo sucesso nas tratativas para conseguir ajuda financeira do presidente Barack Obama. Do atual czar antidrogas da Casa Branca já teve que ouvir que a “guerra às drogas” representou uma política equivocada e fracassada de governos anteriores ao de Obama
–Wálter Fanganiello Maierovitch–

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