Crack e HIV: um novo desafio para os sistemas de saúde
30 de agosto de 2012 - Novos padrões de consumo, novos desafios. O uso da cocaína fumada, mais conhecida como crack, vem se alastrando em alguns países da América Latina e as vulnerabilidades dos usuários ao HIV e a outras doenças infectocontagiosas como a tuberculose, hepatites e infecções transmitidas sexualmente, de um modo em geral, são preocupantes. Até o momento, as estratégias para aumentar a disponibilidade e o acesso a serviços de prevenção e tratamento são limitadas.
Com vistas a ampliar o conhecimento sobre a relação entre o uso de crack e as vulnerabilidades ao HIV e ajudar na construção de políticas públicas mais eficientes de prevenção e de tratamento de usuários, especialistas, gestores e usuários dos serviços de saúde apresentaram estudos e experiências durante o IX Congresso Brasileiro de Prevenção das DST e Aids, o II Congresso Brasileiro de Prevenção das Hepatites Virais, o VI Fórum Latino-americano e do Caribe em HIV/Aids e DST e o V Fórum Comunitário.
Sob o título "Crack: o que sabemos, o que temos e o que faremos?", a mesa teve como palestrantes o assessor da Área Técnica de Saúde Mental do Ministério da Saúde, Leon Garcia, a Coordenadora da Área de Saúde e Desenvolvimento do UNODC, Nara Santos, a coordenadora da área técnica do Programa Municipal de Saúde Mental de São Paulo, Rosangela Elias, o colaborador do Grupo de Apoio à Prevenção da Aids, GAPA do Rio Grande do Sul, José Nadir Ramirez, e contou com a moderação do coordenador da Gerência de DST/Aids e Hepatites Virais da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Fernando Marques.
Durante a mesa redonda, as respostas no âmbito internacional, nacional e local que abordam temas como a estigmatização do usário de crack, o enfrentamento às barreiras de acesso a serviço integrados e integrais de atenção à saúde, bem como a percepção do usuário dos serviços foram debatidos.
Esquecidos ou entre os grupos de pessoas mais estigmatizadas, os usuários de crack, em geral, não são alvos de programas para a prevenção do HIV e têm acesso restrito a tratamentos de dependência de drogas e antirretrovirais, bem como de prevenção ao uso de drogas. Entre eles, as populações de rua são os grupos mais afetados.
A situação se agrava com a falta de diretrizes para a atenção aos usuários de crack. Mitos sobre a capacidade do usuário de aderir ao tratamento e de adotar práticas de prevenção, por exemplo, dificultam a realização de pesquisas, assim como a implementação de políticas públicas adequadas.
A violação de direitos das pessoas que usam drogas, por meio de práticas como encarceramento, tratamento coercitivo e abusivo, assédio policial, detenções arbitrárias, tratamento cruel e a tortura, por sua vez, ampliam ainda mais as vulnerabilidades à infecção pelo HIV.
Segundo Nara Santos, é preciso que o enfoque não seja a droga, mas o usuário, com ações de enfrentamento ao estigma e ao preconceito que representam grandes barreiras na promoção do acesso desta população aos serviços de saúde. "Precisamos lidar com uma gama adicional de vulnerabilidades como a homofobia, a falta de moradias, as comorbidades, entre outras. As intervenções devem ser baseadas nos direitos humanos, ter sensibilidade cultural e requerem atenção não apenas na droga, mas em diferentes contextos de uso", avalia.
Outra recomendação é a inclusão do tratamento de dependência química em estratégias amplas de saúde, voltadas para as populações em situação de maior vulnerabilidade, considerando as diferentes práticas e contextos de uso.
Programação: A programação está disponível no link http://sistemas.aids.gov.br/congressoprevencao/2012/index.php?q=node/14.
Transmissão ao vivo: Durante os dias do Congresso, haverá três canais de transmissão ao vivo do Congresso, disponíveis no site do evento ( www.aids.gov.br/congressoprev2012).
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E-mail: congressoprev2012@aids.gov.br
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Atendimento à imprensa
Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais
Tel: (61) 3315-7616/7624/7651
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