segunda-feira, 15 de março de 2010

Marcos Winter leva polêmica da maconha para o teatro

O GLOBO

RIO - Marcos Winter vai mexer em vespeiro a partir de abril, quando, sob a direção de Emílio Gallo, tratará da descriminalização da maconha no teatro. Os efeitos da droga e a discussão sobre ela ser mais ou menos nociva que o álcool são outros temas polêmicos da peça "Monólogos de marijuana", que o ator vai estrear no Teatro dos Quatro, no Rio de Janeiro, ao lado de Felipe Cardoso e Stella Brajterman.
- Tem muita gente séria debruçada sobre esse tema, gente sem medo de represália por falar em descriminalização - diz Marcos. - A gente vê as pessoas falando que a maconha mata os neurônios, mas ninguém fala quantos neurônios o álcool destrói. Pelo contrário, a gente vê uma marca de bebida patrocinando a Copa do Mundo. Isso tira o medo que a gente tem de tocar no assunto.
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Winter assistiu a "Monólogos de marijuana" há cerca de um ano e meio, quando esteve no Chile. Mas está certo de que este é o momento ideal para refazer a peça no Brasil (uma montagem já foi feita em São Paulo).
- O próprio Fernando Henrique Cardoso (ex-presidente) tem falado sobre isso . Hoje sabemos que os efeitos da proibição, como o tráfico de drogas, saltam muito mais aos olhos do que o uso da erva - argumenta o ator. - É a mesma coisa que proibir a masturbação.
A peça, cujo texto original é dos autores americanos Doug Benson, Arj Baker e Tony Camin, é uma comédia que satiriza as questões em torno do uso da maconha. Na adaptação de Winter e Gallo, são três usuários de idades diferentes que contam suas histórias em torno da maconha, enquanto passam curiosidades sobre a cannabis. Uma delas é a de até o século 19, informa Winter, 80% do papel usado no mundo era feito de cânhamo.
Gallo faz questão de ressaltar que o espetáculo não faz apologia à droga, e sim, uma sátira às questões que envolvem o assunto.
Trabalhando na adaptação do texto e nos ensaios desde novembro, o elenco tem usado como referência livros e filmes que falam do assunto, como "O barato de Grace".
- Vamos deixar toda essa bibliografia disponível para a plateia, para que as pessoas saibam que as informações que estão ali não são aleatórias e arbitrárias - informa Winter. - Queremos colocar a questão de maneira divertida e educativa.

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