Richard Aborn é um dos rostos mais conhecidos por quem discute e estuda Segurança Pública em nível global. Nas últimas três décadas, ele se notabilizou por prestar consultoria a diversos departamentos de polícia ao redor do mundo, sobretudo nos Estados Unidos e na Europa. Ele ajudou a formular estratégias de Segurança Pública para o partido Democrata e liderou iniciativas para restringir o acesso da população a armas de alta capacidade destrutiva. Na última semana, Aborn esteve em Manaus para participar do I Seminário de Segurança Pública da Amazônia (I Sisam), realizado pela Associação dos Delegados de Polícia Civil do Amazonas (Adepol). Em sua primeira visita a Manaus, ele concedeu esta entrevista exclusiva a A CRÍTICA.
É possível desenvolver uma política de Segurança Pública de forma isolada em relação a outros segmento do governo?
Na minha opinião, segurança pública funciona melhor quando todos os diferentes braços do governo trabalham juntos, o que inclui a saúde das pessoas, a educação, assistência social e, é claro, a polícia e os promotores. Quando todos trabalham juntos, você aumenta o nível de segurança pública.
Vocês têm tido muitos problemas como as fronteiras com o México, sobretudo com o tráfico de drogas. Na sua opinião, o tráfico é o principal problema referente a crimes nos Estados Unidos?
Isso muda de acordo como você se move pelo país. Claramente, o tráfico de drogas e armas na fronteira do Texas, Arizona e a Califórnia com o México é uma coisa muito séria. Nós temos drogas indo para o Norte partindo do México, e armas indo para o Sul, então a criminalidade está indo nas duas direções. Conforme você se move pelo país, os problemas vão mudando, mas as drogas dão suporte a vários crimes. Ou os criminosos estão comprando, vendendo... então o uso e a venda de drogas é um grande problema para os Estados Unidos.
O senhor conhece algum país com as condições territoriais do Brasil que tenha reduzido seus níveis de criminalidade?
Colômbia é um grande exemplo de um país que tinha um grande problema com as drogas e com os principais cartéis de drogas, refinarias, e principais distribuidores e terrível problemas criminais. E o governo colombiano, oficiais e militares atuaram juntos e reduziram bastante os crimes e a Colômbia é hoje um país muito mais seguro. Eu sei que não é um país tão grande quanto o Brasil, mas o escopo do problema, a base do problema é a mesma.
Mas a Colômbia estaria apta a reduzir seus níveis de criminalidade sem a ajuda que o Estados Unidos deram?
Se você conversar com os colombianos, eu suspeito que eles vão dizer que tiveram sim a ajuda americana e que isso foi muito útil, mas certamente, mesmo nos Estados Unidos, tivemos comunidades que viviam grandes problemas com crimes e que, mesmo sem ajuda do governo nacional, conseguiram reduzir os níveis de criminalidade e transformaram-se em lugares mais seguros.
O que você acha do discurso de alguns políticos, incluindo o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, que prega uma visão um pouco mais liberam em relação as drogas?
Eu acho que existe um movimento crescente, certamente também entre os americanos, para reduzir a criminalização envolvendo a pequena posse de maconha e eu acho que isso é uma coisa boa. Eu acho que pessoas que são pegas com porções muito pequenas de maconha não devem necessariamente ir para a cadeia. Eu acho que o sistema de justiça já esta sobrecarregado. E levar todas as pessoas pegas com pequenas porções de maconha para a Justiça, eu não acho que seja necessário. Agora, quando falamos em descriminalizar outras drogas como cocaína ou heroína, é muito diferente. Estas são drogas altamente viciantes e nós não sabemos quais seriam as consequências. Antes de nos engajarmos em uma política de descriminalização da cocaína ou da heroína, nós teríamos que ter um cuidadoso estudo e talvez um pequeno teste antes de fazermos essa mudança radical.
No Brasil, nós somos afetados por uma visão um tanto quanto pessimista de que o problema da criminalidade não tem solução. Como o senhor avalia esse cenário?
Em primeiro lugar, existem boas iniciativas em redução de criminalidade no Brasil, coisas que estão em curso como no Rio de Janeiro, o que é muito impressionante. Em São Paulo, também conseguiram reduzir seus índices, principalmente em relação a homicídios e outros crimes violentos. Eu acho que em Minas Gerais também tivemos reduções. Então, eu acho que não verdadeiro dizer que a criminalidade está crescendo e crescendo no Brasil, mas acho que no Brasil, assim como em muitos outros países, o crime é um problema como era nos Estados Unidos há muitos anos. E nós conseguimos, sim, reduzir crimes. Se nós podemos ou não transportar soluções para o Brasil, isto é uma questão aberta que vai requerer algum estudo.
Existe uma relação entre o nível de educação dos policiais e a qualidade do serviço que eles prestam?
É claro. Isso é claro para todas as profissões e esta é uma das razões pela qual nós colocamos uma grande ênfase no recrutamento e no treinamento. É muito importante recrutar os policiais certos, e treinar, treinar, treinar. Você ficaria surpreso com que frequência os policiais americanos são treinados, e eles gostam, porque eles frequentemente confrontam situações em que nem sempre sabem o que fazer
É possível desenvolver uma política de Segurança Pública de forma isolada em relação a outros segmento do governo?
Na minha opinião, segurança pública funciona melhor quando todos os diferentes braços do governo trabalham juntos, o que inclui a saúde das pessoas, a educação, assistência social e, é claro, a polícia e os promotores. Quando todos trabalham juntos, você aumenta o nível de segurança pública.
Vocês têm tido muitos problemas como as fronteiras com o México, sobretudo com o tráfico de drogas. Na sua opinião, o tráfico é o principal problema referente a crimes nos Estados Unidos?
Isso muda de acordo como você se move pelo país. Claramente, o tráfico de drogas e armas na fronteira do Texas, Arizona e a Califórnia com o México é uma coisa muito séria. Nós temos drogas indo para o Norte partindo do México, e armas indo para o Sul, então a criminalidade está indo nas duas direções. Conforme você se move pelo país, os problemas vão mudando, mas as drogas dão suporte a vários crimes. Ou os criminosos estão comprando, vendendo... então o uso e a venda de drogas é um grande problema para os Estados Unidos.
O senhor conhece algum país com as condições territoriais do Brasil que tenha reduzido seus níveis de criminalidade?
Colômbia é um grande exemplo de um país que tinha um grande problema com as drogas e com os principais cartéis de drogas, refinarias, e principais distribuidores e terrível problemas criminais. E o governo colombiano, oficiais e militares atuaram juntos e reduziram bastante os crimes e a Colômbia é hoje um país muito mais seguro. Eu sei que não é um país tão grande quanto o Brasil, mas o escopo do problema, a base do problema é a mesma.
Mas a Colômbia estaria apta a reduzir seus níveis de criminalidade sem a ajuda que o Estados Unidos deram?
Se você conversar com os colombianos, eu suspeito que eles vão dizer que tiveram sim a ajuda americana e que isso foi muito útil, mas certamente, mesmo nos Estados Unidos, tivemos comunidades que viviam grandes problemas com crimes e que, mesmo sem ajuda do governo nacional, conseguiram reduzir os níveis de criminalidade e transformaram-se em lugares mais seguros.
O que você acha do discurso de alguns políticos, incluindo o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, que prega uma visão um pouco mais liberam em relação as drogas?
Eu acho que existe um movimento crescente, certamente também entre os americanos, para reduzir a criminalização envolvendo a pequena posse de maconha e eu acho que isso é uma coisa boa. Eu acho que pessoas que são pegas com porções muito pequenas de maconha não devem necessariamente ir para a cadeia. Eu acho que o sistema de justiça já esta sobrecarregado. E levar todas as pessoas pegas com pequenas porções de maconha para a Justiça, eu não acho que seja necessário. Agora, quando falamos em descriminalizar outras drogas como cocaína ou heroína, é muito diferente. Estas são drogas altamente viciantes e nós não sabemos quais seriam as consequências. Antes de nos engajarmos em uma política de descriminalização da cocaína ou da heroína, nós teríamos que ter um cuidadoso estudo e talvez um pequeno teste antes de fazermos essa mudança radical.
No Brasil, nós somos afetados por uma visão um tanto quanto pessimista de que o problema da criminalidade não tem solução. Como o senhor avalia esse cenário?
Em primeiro lugar, existem boas iniciativas em redução de criminalidade no Brasil, coisas que estão em curso como no Rio de Janeiro, o que é muito impressionante. Em São Paulo, também conseguiram reduzir seus índices, principalmente em relação a homicídios e outros crimes violentos. Eu acho que em Minas Gerais também tivemos reduções. Então, eu acho que não verdadeiro dizer que a criminalidade está crescendo e crescendo no Brasil, mas acho que no Brasil, assim como em muitos outros países, o crime é um problema como era nos Estados Unidos há muitos anos. E nós conseguimos, sim, reduzir crimes. Se nós podemos ou não transportar soluções para o Brasil, isto é uma questão aberta que vai requerer algum estudo.
Existe uma relação entre o nível de educação dos policiais e a qualidade do serviço que eles prestam?
É claro. Isso é claro para todas as profissões e esta é uma das razões pela qual nós colocamos uma grande ênfase no recrutamento e no treinamento. É muito importante recrutar os policiais certos, e treinar, treinar, treinar. Você ficaria surpreso com que frequência os policiais americanos são treinados, e eles gostam, porque eles frequentemente confrontam situações em que nem sempre sabem o que fazer
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