14 de setembro de 2011
Folha de coca tem área plantio estabilizado e garante oferta de cocaína
O escritório vienense das Nações Unidas, responsável pela política internacional sobre o fenômeno das drogas proibidas segundo estabelecido pela velha convenção de 1961 (Unodc), acaba de informar, com base em levantamentos realizados em 2010, que está estabilizada a “área de cultivo” de folha de coca na Bolívia.
Na Bolívia está a terceira maior área de folhas de coca. E o impuro cloridrato de cocaína produzido na Bolívia destina-se, em cerca de 80%, ao mercado consumidor brasileiro. Quanto ao Brasil, já que a Bolívia não possui indústria química, cabe o fornecimento dos insumos (precursores químicos) que são empregados na elaboração do cloridrato de cocaína (pó, no jargão popular).
Os dados da UNODC a partir de 2006 (a área de cultivo era de 25.400 hectares), apontavam um crescimento que teria se estabilizado em 2010. Segundo o escritório da UNODOC, a Bolívia contava até 2010 no seu território, com 31mil hectares de folhas de coca.
Para especialistas independentes que conhecem bem as deficiências e a péssima fama de que goza a UNODC, um órgão chapa-branca que faz levantamentos baseados em informações dos seus inexpressivos escritórios espalhados pelo planeta e dos próprios Estados-membros da ONU, o crescimento observado na Bolívia (terceiro maior produtos) e no Peru (segundo maior produtor) foi uma decorrência do Plan Colombia. Com o despejo desordenado de herbicidas em áreas colombianas, houve migração de cultivos para o Peru e a Bolívia.
Na Bolívia, feita a comparação com o dado de 2009, o crescimento foi de 0,3%, consoante o UNODC. Ou seja, chegou-se aos 31 mil hectares calculados os 0,3% de crescimento. Importante notar que o escritório da ONU fala em área de cultivo. A expressão “área de cultivo” é enganosa, pois o arbusto de coca se espalha, sem necessidade de plantio.
De se frisar, ainda, que no governo Evo Morales aumentou-se a área de plantio doméstico. O chamado “cato” passou para 12 nil hectares. O uso doméstico é milenar na Bolívia e entre os índios a folha de coca é considerada sagrada.
No Peru, a área de coca atinge 61 mil hectares e na Colômbia chega a 57 mil, depois do fracasso do Plan Colômbia. Outra área de produção está no Equador.
PANO RÁPIDO. Para especialistas independentes, nos últimos 20 anos, na região andina, a área de cultivo sempre varia em torno de 200 mil hectares. Fotos aéreas e de satélite comprovam que há 20 anos existe uma estabilização na área andina. Isso quer dizer que a produção de cloridrato de cocaína não é afetada. Ou melhor, as políticas de “guerra às drogas”, desde a atrasada e ainda vigente Convenção de 1961 (Convenção Única de Nova York sobre drogas ilícitas), não funcionam.
Wálter Fanganiello Maierovitch
Folha de coca tem área plantio estabilizado e garante oferta de cocaína
O escritório vienense das Nações Unidas, responsável pela política internacional sobre o fenômeno das drogas proibidas segundo estabelecido pela velha convenção de 1961 (Unodc), acaba de informar, com base em levantamentos realizados em 2010, que está estabilizada a “área de cultivo” de folha de coca na Bolívia.
Na Bolívia está a terceira maior área de folhas de coca. E o impuro cloridrato de cocaína produzido na Bolívia destina-se, em cerca de 80%, ao mercado consumidor brasileiro. Quanto ao Brasil, já que a Bolívia não possui indústria química, cabe o fornecimento dos insumos (precursores químicos) que são empregados na elaboração do cloridrato de cocaína (pó, no jargão popular).
Os dados da UNODC a partir de 2006 (a área de cultivo era de 25.400 hectares), apontavam um crescimento que teria se estabilizado em 2010. Segundo o escritório da UNODOC, a Bolívia contava até 2010 no seu território, com 31mil hectares de folhas de coca.
Para especialistas independentes que conhecem bem as deficiências e a péssima fama de que goza a UNODC, um órgão chapa-branca que faz levantamentos baseados em informações dos seus inexpressivos escritórios espalhados pelo planeta e dos próprios Estados-membros da ONU, o crescimento observado na Bolívia (terceiro maior produtos) e no Peru (segundo maior produtor) foi uma decorrência do Plan Colombia. Com o despejo desordenado de herbicidas em áreas colombianas, houve migração de cultivos para o Peru e a Bolívia.
Na Bolívia, feita a comparação com o dado de 2009, o crescimento foi de 0,3%, consoante o UNODC. Ou seja, chegou-se aos 31 mil hectares calculados os 0,3% de crescimento. Importante notar que o escritório da ONU fala em área de cultivo. A expressão “área de cultivo” é enganosa, pois o arbusto de coca se espalha, sem necessidade de plantio.
De se frisar, ainda, que no governo Evo Morales aumentou-se a área de plantio doméstico. O chamado “cato” passou para 12 nil hectares. O uso doméstico é milenar na Bolívia e entre os índios a folha de coca é considerada sagrada.
No Peru, a área de coca atinge 61 mil hectares e na Colômbia chega a 57 mil, depois do fracasso do Plan Colômbia. Outra área de produção está no Equador.
PANO RÁPIDO. Para especialistas independentes, nos últimos 20 anos, na região andina, a área de cultivo sempre varia em torno de 200 mil hectares. Fotos aéreas e de satélite comprovam que há 20 anos existe uma estabilização na área andina. Isso quer dizer que a produção de cloridrato de cocaína não é afetada. Ou melhor, as políticas de “guerra às drogas”, desde a atrasada e ainda vigente Convenção de 1961 (Convenção Única de Nova York sobre drogas ilícitas), não funcionam.
Wálter Fanganiello Maierovitch
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