28 de outubro de 2011 - Enquanto a África Ocidental, uma das principais portas de entrada para a cocaína contrabandeada da América do Sul para a Europa, continua a atrair traficantes, o Diretor Executivo do UNODC, Yury Fedotov, visitou Guiné-Bissau, acompanhado pelo Representante Especial do Secretário-Geral para a África Ocidental, Said Djinnit. Durante sua visita, Fedotov discutiu várias questões relacionadas à segurança e drogas com o presidente Malam Bacai Sanhá e o primeiro-ministro Carlos Gomes Junior.
O tráfico é uma grande ameaça para o desenvolvimento da Guiné-Bissau e tem levado a um aumento acentuado no uso de drogas ilícitas no país. Em 2009, cerca de 13 toneladas de cocaína traficadas através da África Ocidental foram consumidas ou armazenadas na região, dando origem a sérias preocupações sobre o uso de drogas e saúde. O lucro bruto proveniente da venda no atacado e no varejo de cocaína na região é devastador. Cerca de US $ 800 milhões foram gastos com drogas ilícitas na África Ocidental em 2009. No mesmo ano, o Produto Interno Bruto da Guiné-Bissau foi de US $ 400 milhões.
Para enfrentar as drogas ilícitas e o crime organizado, o UNODC tem trabalhado com a Guiné-Bissau e as autoridades regionais em diversas áreas chave.
Desde 2008, o UNODC vem ajudado a criar uma divisão especializada, a Unidade de Crime Transnacional, dentro da Policial Judicial da Guiné-Bissau, com vistas a aumentar o número de investigações de tráfico de drogas e crime organizado. No início deste ano, esse trabalho foi ampliado para incluir o estabelecimento de unidades da Polícia Judiciária em dois locais remotos estratégicos da Guiné-Bissau: a ilha de Bubaque, no arquipélago dos Bijagós e Catió, no sul da Guiné-Bissau. O UNODC também tem trabalhado para fortalecer as estruturas do sistema Judiciário e de Estado de Direito na Guiné-Bissau, principalmente por meio da capacitação de juízes e promotores na especialização em casos relacionados ao tráfico de drogas e ao crime organizado. O Escritório da ONU também vem prestando apoio no estabelecimento de uma autoridade central para a cooperação judiciária internacional e assistência jurídica mútua em matéria penal.
Fundada em dezembro de 2010, a Unidade de Crime Transnacional está em processo de se tornar totalmente operacional e vai trabalhar em colaboração com unidades similares na Libéria e Serra Leoa. Fedotov incentivou as autoridades a continuarem os esforços e fez um apelo à comunidade internacional para reconhecer o valor das unidades de crime transnacional no desmantelamento de grupos de crime organizado e suas operações, observando que "O crime organizado é apenas isso: organizado. Nós só podemos responder a isso assegurando que os nossos próprios esforços também sejam estruturados, bem planejados e coesos".
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