segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Considerações Sobre a Polícia de Israel: Carlos Alberto Marchi de Queiroz

Polícia Internacional Comparada


Introdução à Polícia de Israel ( I )

Carlos Alberto Marchi de Queiroz, Especial de Eilat, Israel



Durante os dias 4 a 9 de setembro de 2012, tivemos a satisfação de participar da abertura do 20º Congresso Mundial da IPA – International Police Association (Associação Internacional de Polícia), na cidade portuária de Eilat, localizada no sul de Israel, construída junto às fronteiras da Jordânia, Egito e Arábia Saudita.

Eilat é uma cidade estratégica para o Estado de Israel, tendo uma população de 55 mil habitantes, na maioria nascidos na região, após a Guerra da Independência, em 1947, reforçada por imigrantes judeus vindos da Argentina, do Peru, da Colômbia, do Brasil, do Sudão e dos Estados Unidos, além de judeus sefarditas, negros.

A cidade de Eilat está incrustrada entre o Mar Vermelho e uma cadeia de montanhas áridas, com vários tons de cinza e de ocre, cuja temperatura média é de 40° centígrados, amenizada por uma brisa constante que sopra do mar, aliada à mais absoluta ausência de umidade relativa do ar, fatores que tornam a vida suportável por todos os seres vivos, animais, vegetais e humanos.

Os índices de furtos, de roubos, de estupros, assaltos a banco e de tráfico de drogas são praticamente inexistentes, como nos informou uma fonte policial. A prostituição, que é criminalizada, não causa grande preocupação entre os agentes da lei. Porém o tráfico internacional de armas e o terrorismo preocupam os policiais israelenses até a raiz dos cabelos e á medula òssea.

Essa preocupação se reflete nos aeroportos nacionais e no Aeroporto Internacional Ben Gurion durante os embarques e desembarques, principalmente no que tange às bagagens dos passageiros que são submetidos a um diplomático, mas duro, interrogatório, onde pontifica a pergunta se estão trazendo algum tipo de presente de pessoa que mora no exterior para outra que reside em solo israelense.

Esse procedimento de sugurança é complementado pela submissão de todas as bagagens a moderníssimos aparelhos de raios X que às vezes forçam o viajante a abrir seus efeitos pessoais, uma vez que papéis e livros deixam confusos os instrumentos eletrônicos postos à dispocição de Polícia local.

Idêntica conduta é adotada pela Polícia em todos os shopping centers ou malls, submetendo, educadamente, todos os seus frequentadores a esse tipo de escaneamento eletrônico, mesmo porque a situação política da vizinha Síria, cuja fronteira fica bem próxima às Colinas de Golan é extremamente preocupante neste fim de outono em Israel.

As ruas, avenidas e praças de Eilat, a exatos 354 quilômetros ao sul de Tel Aviv, são fortemente patrulhadas pela Tourism Police - Polícia do Turista, cujos componentes exibem seu moderno armamento sem qualquer espécie de constrangimento pessoal ou de terceiros.

Observa-se, sem qualquer tipo de dificuldade, que a Polícia é grandemente considerada pela população e pelo próprio poder municipal, que, em parceria com o empresariado local, fornece meios que possibilitam uma melhor operacionalidade das atividades de policiamento preventivo, ou ostensivo, e de policiamento repressivo, ou judiciário.

O atual prefeito de Eilat, falando em uma das sessões do 20º Congresso Mundial da IPA, revelou que sua administração providenciou a iluminação total das vias públicas, lembrando Enrico Ferri, que dizia: “um poste de iluminação a mais, um crime a menos”.

Continuando sua exposição, o alcaide revelou que providenciou o programa de recolhimento total de lixo, o monitoramento de todas as vias públicas com câmeras de televisão, a diminuição gradual dos ruídos produzidos pelo trânsito, através de um programa de conscientização dos condutores, cooptando o empresariado para o custeio dessas realizações, através de incentivos fiscais.

A Polícia de Israel é nacional, civil e uniformizada, não existindo políciais municipais.

As carreiras policiais, que vão de sargento a general de polícia, pagam salários iniciais de 1.750 dólares líquidos, e salários finais de 8.000 dólares líquidos sendo os descontos em folha da ordem de 15%.

A doutrina da Polícia de Israel resume-se ao seguinte silogismo: A Polícia é a segurança do Estado, a segurança pública é direito de todos, logo Estado sem Polícia não é Estado.

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