Polícia Internacional Comparada
Introdução à Polícia de Israel ( I )
Carlos Alberto Marchi de Queiroz, Especial de Eilat, Israel
Durante os dias 4 a 9 de setembro de 2012, tivemos a satisfação de participar
da abertura do 20º Congresso Mundial da IPA International Police Association
(Associação Internacional de Polícia), na cidade portuária de Eilat, localizada
no sul de Israel, construída junto às fronteiras da Jordânia, Egito e Arábia
Saudita.
Eilat é uma cidade estratégica para o Estado de Israel, tendo uma população de
55 mil habitantes, na maioria nascidos na região, após a Guerra da
Independência, em 1947, reforçada por imigrantes judeus vindos da Argentina, do
Peru, da Colômbia, do Brasil, do Sudão e dos Estados Unidos, além de judeus
sefarditas, negros.
A cidade de Eilat está incrustrada entre o Mar Vermelho e uma cadeia de
montanhas áridas, com vários tons de cinza e de ocre, cuja temperatura média é
de 40° centígrados, amenizada por uma brisa constante que sopra do mar, aliada
à mais absoluta ausência de umidade relativa do ar, fatores que tornam a vida
suportável por todos os seres vivos, animais, vegetais e humanos.
Os índices de furtos, de roubos, de estupros, assaltos a banco e de tráfico de
drogas são praticamente inexistentes, como nos informou uma fonte policial. A
prostituição, que é criminalizada, não causa grande preocupação entre os
agentes da lei. Porém o tráfico internacional de armas e o terrorismo preocupam
os policiais israelenses até a raiz dos cabelos e á medula òssea.
Essa preocupação se reflete nos aeroportos nacionais e no Aeroporto Internacional
Ben Gurion durante os embarques e desembarques, principalmente no que tange às
bagagens dos passageiros que são submetidos a um diplomático, mas duro,
interrogatório, onde pontifica a pergunta se estão trazendo algum tipo de
presente de pessoa que mora no exterior para outra que reside em solo
israelense.
Esse procedimento de sugurança é complementado pela submissão de todas as
bagagens a moderníssimos aparelhos de raios X que às vezes forçam o viajante a
abrir seus efeitos pessoais, uma vez que papéis e livros deixam confusos os
instrumentos eletrônicos postos à dispocição de Polícia local.
Idêntica conduta é adotada pela Polícia em todos os shopping centers ou malls,
submetendo, educadamente, todos os seus frequentadores a esse tipo de
escaneamento eletrônico, mesmo porque a situação política da vizinha Síria,
cuja fronteira fica bem próxima às Colinas de Golan é extremamente preocupante
neste fim de outono em Israel.
As ruas, avenidas e praças de Eilat, a exatos 354 quilômetros ao sul de Tel Aviv,
são fortemente patrulhadas pela Tourism Police - Polícia do Turista, cujos
componentes exibem seu moderno armamento sem qualquer espécie de
constrangimento pessoal ou de terceiros.
Observa-se, sem qualquer tipo de dificuldade, que a Polícia é grandemente
considerada pela população e pelo próprio poder municipal, que, em parceria com
o empresariado local, fornece meios que possibilitam uma melhor
operacionalidade das atividades de policiamento preventivo, ou ostensivo, e de
policiamento repressivo, ou judiciário.
O atual prefeito de Eilat, falando em uma das sessões do 20º Congresso Mundial
da IPA, revelou que sua administração providenciou a iluminação total das vias
públicas, lembrando Enrico Ferri, que dizia: um poste de iluminação a mais, um
crime a menos.
Continuando sua exposição, o alcaide revelou que providenciou o programa de
recolhimento total de lixo, o monitoramento de todas as vias públicas com
câmeras de televisão, a diminuição gradual dos ruídos produzidos pelo trânsito,
através de um programa de conscientização dos condutores, cooptando o
empresariado para o custeio dessas realizações, através de incentivos fiscais.
A Polícia de Israel é nacional, civil e uniformizada, não existindo políciais
municipais.
As carreiras policiais, que vão de sargento a general de polícia, pagam
salários iniciais de 1.750 dólares líquidos, e salários finais de 8.000 dólares
líquidos sendo os descontos em folha da ordem de 15%.
A doutrina da Polícia de Israel resume-se ao seguinte silogismo: A Polícia é a
segurança do Estado, a segurança pública é direito de todos, logo Estado sem
Polícia não é Estado.
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