28 de fevereiro de 2012 • 12h00 • atualizado às 12h17
"A legalização não é uma opção", declarou à Agência Efe em Viena Hamid Ghodse, presidente da Jife.
"Drogas legais como o tabaco e o álcool, não apenas matam a cada ano entre 10 e 15 vezes mais que as drogas ilícitas, mas também o delito relacionado com o tráfico de tabaco e álcool não desapareceu, e de fato, é uma grande parte da atividade criminosa", explicou.
Ghodse avaliou dessa forma, na apresentação do relatório anual sobre drogas da Jife, a proposta do presidente da Guatemala, Otto Pérez Molina, de considerar a descriminalização da produção, transporte e comércio de drogas para combater o narcotráfico.
"Um tema muito complexo (como o narcotráfico) não pode ter uma solução simples", insistiu o jurista de origem iraniana.
Em relatório do ano passado, a ONU cifrava em 200 mil o número de mortes anuais relacionadas com as drogas.
"Quando for produzida uma aplicação universal (das leis internacionais) por parte dos Governos, e não apenas palavras, haverá menos problemas", disse Ghodse.
"No entanto, fazer as pazes com o tabaco durante os últimos 300 anos não teve êxito, fazer a paz com o álcool pelos últimos milênios não teve êxito. Por isso, não está em questão aplicar soluções simples a problemas complexos", argumentou.
O relatório apresentado nesta terça-feira afirma que devido aos avanços na guerra contra o narcotráfico no México, cada vez mais cocaína passa pela América Central e pelo Caribe em direção aos Estados Unidos, o que fez aumentar a violência e a corrupção nesses Estados a níveis insólitos.
Na América Central, afirma a ONU, operam cerca de 900 "gangues" com 70 mil membros que controlam as rotas de passagem da droga e exercem uma violência cada vez maior.
Ghodse afirmou que "em alguns países aconteceram melhoras", e citou a redução do cultivo de folha de coca na Colômbia.
"Mas em outras regiões a situação piorou, por exemplo, na América Central, onde os narcotraficantes mexicanos complicaram a vida das pessoas e dos Governos, com muita corrupção", acrescentou.
A Jife aponta no documento que na América do Sul o consumo de coca aumenta apesar da clara redução da superfície dedicada ao cultivo de coca registrada nos últimos anos.
O organismo lembra que o mercado ilícito de cocaína "tem um valor de mais de US$ 80 bilhões" em escala mundial, segundo cálculos da Interpol e da ONU, destaca o relatório.
A origem dessa droga continua na América do Sul, sobretudo na Colômbia, Peru e Bolívia, apesar da superfície dedicada ao cultivo ilegal da planta de coca ter caído até 154.200 hectares em 2010 desde um máximo de 288.400 hectares em 1990.
No Peru, a superfície de cultivo de coca continua crescendo e em 2010 já alcançou os 61.200 hectares, apenas 800 a menos que o principal produtor do mundo, a Colômbia. Na Bolívia, os plantios se mantêm estáveis em 31 mil hectares.
Com relação à demanda da droga, os mercados de maior consumo de cocaína são tradicionalmente os Estados Unidos e a Europa, especialmente Reino Unido, Itália e Espanha, mas cada vez mais droga é destinada ao cone sul da América.
"A cocaína fabricada na Colômbia é enviada em sua maior parte a mercados ilícitos estrangeiros, enquanto a fabricada na Bolívia e no Peru, além de abastecer a Europa, é consumida em grande parte na América do Sul", afirma a Jife.
A estimativa é de que 90% da cocaína consumida nos Estados Unidos - entre 150 e 160 toneladas anuais - provém da Colômbia, enquanto a provisão à Europa, que duplicou na última década a cocaína consumida, até alcançar 120 toneladas, procede da Bolívia, Colômbia e Peru.
Na América do Sul, a prevalência do consumo de cocaína "é maior que a média mundial" e os dados da ONU indicam que, "após anos de aumentos, o uso indevido de cocaína começou a se estabilizar, embora a um nível mais alto".
Segundo a ONU, os países da região com taxas mais altas de prevalência anual (consumo pelo menos uma vez ao ano) desta droga são Argentina, Chile e Uruguai.
A cocaína é, além disso, a substância citada com mais frequência como causa das mortes provocadas por drogas na América do Sul, destaca o relatório.
"A legalização não é uma opção", declarou à Agência Efe em Viena Hamid Ghodse, presidente da Jife.
"Drogas legais como o tabaco e o álcool, não apenas matam a cada ano entre 10 e 15 vezes mais que as drogas ilícitas, mas também o delito relacionado com o tráfico de tabaco e álcool não desapareceu, e de fato, é uma grande parte da atividade criminosa", explicou.
Ghodse avaliou dessa forma, na apresentação do relatório anual sobre drogas da Jife, a proposta do presidente da Guatemala, Otto Pérez Molina, de considerar a descriminalização da produção, transporte e comércio de drogas para combater o narcotráfico.
"Um tema muito complexo (como o narcotráfico) não pode ter uma solução simples", insistiu o jurista de origem iraniana.
Em relatório do ano passado, a ONU cifrava em 200 mil o número de mortes anuais relacionadas com as drogas.
"Quando for produzida uma aplicação universal (das leis internacionais) por parte dos Governos, e não apenas palavras, haverá menos problemas", disse Ghodse.
"No entanto, fazer as pazes com o tabaco durante os últimos 300 anos não teve êxito, fazer a paz com o álcool pelos últimos milênios não teve êxito. Por isso, não está em questão aplicar soluções simples a problemas complexos", argumentou.
O relatório apresentado nesta terça-feira afirma que devido aos avanços na guerra contra o narcotráfico no México, cada vez mais cocaína passa pela América Central e pelo Caribe em direção aos Estados Unidos, o que fez aumentar a violência e a corrupção nesses Estados a níveis insólitos.
Na América Central, afirma a ONU, operam cerca de 900 "gangues" com 70 mil membros que controlam as rotas de passagem da droga e exercem uma violência cada vez maior.
Ghodse afirmou que "em alguns países aconteceram melhoras", e citou a redução do cultivo de folha de coca na Colômbia.
"Mas em outras regiões a situação piorou, por exemplo, na América Central, onde os narcotraficantes mexicanos complicaram a vida das pessoas e dos Governos, com muita corrupção", acrescentou.
A Jife aponta no documento que na América do Sul o consumo de coca aumenta apesar da clara redução da superfície dedicada ao cultivo de coca registrada nos últimos anos.
O organismo lembra que o mercado ilícito de cocaína "tem um valor de mais de US$ 80 bilhões" em escala mundial, segundo cálculos da Interpol e da ONU, destaca o relatório.
A origem dessa droga continua na América do Sul, sobretudo na Colômbia, Peru e Bolívia, apesar da superfície dedicada ao cultivo ilegal da planta de coca ter caído até 154.200 hectares em 2010 desde um máximo de 288.400 hectares em 1990.
No Peru, a superfície de cultivo de coca continua crescendo e em 2010 já alcançou os 61.200 hectares, apenas 800 a menos que o principal produtor do mundo, a Colômbia. Na Bolívia, os plantios se mantêm estáveis em 31 mil hectares.
Com relação à demanda da droga, os mercados de maior consumo de cocaína são tradicionalmente os Estados Unidos e a Europa, especialmente Reino Unido, Itália e Espanha, mas cada vez mais droga é destinada ao cone sul da América.
"A cocaína fabricada na Colômbia é enviada em sua maior parte a mercados ilícitos estrangeiros, enquanto a fabricada na Bolívia e no Peru, além de abastecer a Europa, é consumida em grande parte na América do Sul", afirma a Jife.
A estimativa é de que 90% da cocaína consumida nos Estados Unidos - entre 150 e 160 toneladas anuais - provém da Colômbia, enquanto a provisão à Europa, que duplicou na última década a cocaína consumida, até alcançar 120 toneladas, procede da Bolívia, Colômbia e Peru.
Na América do Sul, a prevalência do consumo de cocaína "é maior que a média mundial" e os dados da ONU indicam que, "após anos de aumentos, o uso indevido de cocaína começou a se estabilizar, embora a um nível mais alto".
Segundo a ONU, os países da região com taxas mais altas de prevalência anual (consumo pelo menos uma vez ao ano) desta droga são Argentina, Chile e Uruguai.
A cocaína é, além disso, a substância citada com mais frequência como causa das mortes provocadas por drogas na América do Sul, destaca o relatório.
Nenhum comentário:
Postar um comentário