São Paulo, 14 de novembro de 2013 - O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) participou do Simpósio Internacional sobre Abuso de Álcool, realizado esta semana pelo Departamento de Medicina Preventiva da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID).
O evento, que aconteceu nos dias 11 e 12 de novembro em São Paulo, tem como objetivo promover discussões sobre programas de prevenção, políticas públicas e intervenções efetivas para lidar com o abuso de álcool. O Representante do Escritório de Ligação e Parceria do UNODC no Brasil, Rafael Franzini, participou da abertura do Simpósio e falou sobre as Normas Internacionais sobre a Prevenção do Uso de Drogas, lançadas em março pelo UNODC.
"As Normas Internacionais sintetizam as evidências científicas atualmente disponíveis, descrevendo as intervenções e políticas que resultaram em medidas de prevenção positivas e suas características", explicou Franzini. Ele acrescentou que as Normas Internacionais identificam os principais componentes e características de um sistema eficiente de prevenção de drogas de um país.
O evento realizado para 330 pessoas - entre elas estudantes, profissionais e representantes do governo - também contou com a presença de renomados pesquisadores brasileiros e estrangeiros, com experiências amplas no estudo de abuso de álcool e das políticas públicas, estratégias de prevenção e intervenção para redução dos danos, associados especialmente ao padrão de consumo de risco de álcool chamado de "binge drinking" em inglês ("beber pesado", em tradução livre).
O UNODC espera que as normas norteiem governantes e entidades de todo o mundo no desenvolvimento de programas, políticas e sistemas que funcionem como um investimento sólido e eficaz no futuro de crianças, jovens, famílias e comunidades. "Este trabalho baseia-se e reconhece o trabalho de muitas outras organizações que já desenvolveram normas e diretrizes sobre vários aspectos na prevenção do uso de drogas", contou Franzini.
De acordo com ele, o principal objetivo de prevenir o uso de drogas é ajudar pessoas, principalmente, mas não exclusivamente, os jovens, a fim de evitar ou retardar o início do uso de drogas, ou, se já iniciaram o uso, evitar que desenvolvam transtornos como a dependência.
Franzini destacou que o sistema de prevenção é eficaz e contribui para que crianças, jovens e adultos participem de forma positiva nas atividades cotidianas. "A ciência da prevenção realizou enormes avanços nos últimos 20 anos. Como resultado, os profissionais da área e os governantes têm agora uma melhor compreensão sobre o que torna os indivíduos vulneráveis a iniciar o uso de drogas, tanto em âmbito individual, quanto social", disse Franzini.
Ele também ressaltou que a ciência de prevenção revela que muitas das intervenções e políticas de prevenção de drogas também previnem outros comportamentos de risco. "Certamente, jovens marginalizados em comunidades pobres com pouco ou nenhum apoio familiar e acesso limitado à escola estão especialmente sob risco, assim como crianças, indivíduos e comunidades devastadas pela guerra ou por desastres naturais".
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