terça-feira, 27 de outubro de 2009

Drogas: Mudei de Opinião

Drogas: Mudei de opinião

Mudei de opiniao, e por escrito, diz o ex-Secretário de Direito Humanos do Rio de Janeiro:

“Nos meus tempos de Policial Militar, achava que os usuários de drogas deveriam ser reprimidos com o mesmo rigor que os traficantes. Já no final de carreira tinha minhas dúvidas. Ora, por mais que os governos e a polícia se empenhassem (até as Forças Armadas foram empregadas no Rio de Janeiro) nada mudava, ou melhor, mudava para pior: mais traficantes, mais usuários, mais tiroteios, mais mortes, mais comunidades subjugadas por comandos, mais assaltos, mais bondes do mal em túneis e vias expressas. Na verdade, o que fazíamos, o que fazemos, não passa de um constante ‘enxugar gelo’...”

E continuou o coronel Jorge da Silva:

“Depois, confundindo usuários com dependentes, achei que usuários necessitavam de cuidados médicos... Incomodavam-me as campanhas de descriminalização, legalização, por dois motivos: primeiro porque via nos discursos públicos de seus defensores um incentivo ao consumo; e segundo, porque temia em caso de a liberalização se efetivar, que houvesse uma corrida desenfreada as drogas”.

O que fez o Coronel Jorge Silva mudar de opinião?

Um crescente acúmulo de fatos. Tanto no Brasil, quanto em outros países. Todos na mesma direção: a insuficiência, e para muitos, ineficiência, das atuais políticas de combate ao tráfico e à violencia.

Vejam o que ocorre nos Estados Unidos: De 1970 a 2006 foram mais de 39 milhões de pessoas presas. Pouco adiantou. Até 1970 gastaram 100 milhões de dólares no combate as drogas.

Em 2003, 70 bilhões. Estes gastos são muito mais hoje. Desde que Nixon declarou guerra ao crime e Reagan guerra às drogas, os Estados Unidos gastaram cerca de 1 trilhão de dólares.

Mas o número de viciados do país continuou exatamente o mesmo: 1.3% da população. E o negócio das drogas só fez crescer.

E se agravar: de problema de saúde pública virou problema de segurança pública. Virou guerra contra o tráfico, contrabando de armas. Mercado de drogas quanto mais reprimido, mais cresce.

Movimenta mais de 500 bilhões de dólares ao ano. Para enigma dos economistas, a repressão na oferta em vez de aumentar, baixou o preço por atacado da heroína e da cocaína. Estão mais puras.

Em 2001, o governo Talibã no Afeganistão produzia 74 toneladas de heroína. Em 2006, no quinto ano de ocupação pelos Estados Unidos, a produção do Afeganistão foi de 6.100 toneladas.

Em seu próprio território, quase 41% dos alunos de segundo grau dos Estados Unidos usam maconha.

A história da Colômbia vai na mesma direção. Tentaram de tudo, todos os presidentes, não importa o partido.

A saber: Criaram a Polícia Anti-narcóticos, o Corpo de Guarda Costas, a Brigada Anti-narcóticos do Exército, a Rede de radares da FAC, prisões de segurança máxima, Programas de desfolhamento de plantações, Tribunais especiais, fiscais especiais, novos tipos penais, incrementaram a extradição, tornaram as leis mais severas.

O resultado é que hoje com o México, a Colômbia disputa o primeiro lugar de maior produtor de cocaína do mundo. E este o quadro apresentado pelo candidato a presidente da Colômbia, Rafael Pardo, no Rio de Janeiro.

O deputado Paulo Teixeira, do PT , na sua campanha contra o proibicionismo, denuncia a atual trajetória.

A droga como um problema inicialmente individual, passou para problema de saúde coletiva, daí de segurança pública, depois criou a guerra ao tráfico, contrabando de armas, agora de violência urbana insuportável.

Algo está errado. Não se pode esperar resultados diferentes, fazendo as mesmas políticas.

Defende a descriminalização, que não é legalização, do uso e da posse de drogas de plantio para consumo pessoal, semeio ou cultivo de pequenas quantidades de substância entorpecente.

Isto é o auto-plantio. A lógica é simples. Se o proibiscionismo não diminuiu o consumo, é hora de diminuir o ilegalismo.

Os desafios a enfrentar são pelo menos dois. Primeiro inexiste experiência no mundo que assegure ser este o caminho certo e seguro.

A não ser pela boa experiência em Portugal, a legalização na Holanda não trouxe os resultados esperados.

Segundo, qualquer pesquisa de opinião vai mostrar o medo das famílias brasileiras, das classes populares, sobretudo moradores de favela, em relação a esta nova política.

Querem mais combate e mais repressão. Mas todos os estudos mostram que o aumento de pena não reduz o problema.

Aumentar a criminalização, radicalizar o proibicionismo implica em mais recurso públicos. E desvia a ação da polícia. A Polícia Federal só tem 16.000 funcionários para o Brasil todo.

Um policial de rua ganha dez vezes menos do que um membro do Ministério Público. Um delegado, ganha apenas um terço. O orçamento público não comporta o volume de recursos necessário. Onde está a saída?

Definir e implementar uma política pública, fazer uma lei nova, ou mudar a legislação existente é sempre um quebra cabeça, jogo de armar.

São muitas as variáveis. O tráfico é o SETOR DA ECONOMIA QUE MAIS CRESCE. É big business ilegal. O traficante é um empreendedor.

Quer expandir o seu negócio. Eliminar seus concorrentes. A estratégia tem que ser econômica também. Não se pode errar.

O problema tem hoje para a maioria dos brasileiros a importância da hiperinflação. Precisa-se de um Plano Real de combate ao tráfico.

Já se disse que vencer é não ter medo do futuro. Mas, neste caso, a sociedade brasileira ainda tem medo. Vai ser difícil vencer.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Experimentador de Maconha


O anúncio sobre a procura de um experimentador de maconha acabou de ser publicado na revista Westword, com redação na cidade de Denver, estado do Colorado.
Trata-se de uma revista alternativa.
A revista Westword pretende contratar um analista canábico. Ele teria a incumbência de escrever semanalmente uma coluna. Isto sobre as qualidades das ervas canábicas disponíveis no mercado.
Mais ainda, o selecionado assumiria a tarefa de aconselhar os leitores sobre os melhores produtos, já que são mais de 100 ofertas, ou seja, mais de 100 diferentes produtores.
Com efeito, o Colorado é um dos 14 estados americanos a permitir o uso de maconha para fim terapêutico. Daí, o interesse da revista em publicar uma coluna semanal.
Até o momento, 120 candidatos ao emprego já se inscreveram. Sobre remuneração, o anúncio nada informa. Também não se sabe a respeito de contagem de milhas em programas de viagens.
A procura desse emprego é grande e a revista deverá realizar uma seleção rigorosa sobre conhecimentos teóricos e práticos.
Como se sabe, a maconha vem sendo utilizada em várias terapias e é considerada um inibidor de dor eficiente nos casos de câncer.
Aviso aos navegantes.
Existe um requisito básico para concorrer ao emprego de crítico canábico, que será o primeiro na mídia escrita.
O candidato deverá ser portador de doença que justifique, por motivos terapêuticos, a utilização de maconha.
A inscrição não pode ser realizada por internet. O candidato ao posto de trabalho deve residir nos EUA.
PANO RÁPIDO. Não tive oportunidade de perguntar a opinião do jornalista Bob Fernandes, responsável pelo Terra Magazine, sobre a iniciativa da revista Westword.
–Wálter Fanganiello Maierovitch–

terça-feira, 20 de outubro de 2009

As Drogas deveriam ser classificadas de acordo com seus danos, dizem especialistas britânicos

Um estudo publicado na sexta-feira passada pelo prestigioso periódico médico britânico The Lancet pediu que as drogas - lícitas e ilícitas - sejam classificadas pelo dano que causam ao invés das divisões artificiais expressas na Lei de Mal-Uso de Drogas [Misuse of Drugs Act] da Grã-Bretanha. Como a Lei de Substâncias Controladas [Controlled Substances Act] dos EUA está escrita de uma maneira muito similar, o estudo dialoga com as políticas de drogas estadunidenses também.
O estudo, Desenvolvimento de uma Escala Racional para Avaliar os Danos das Drogas de Possível Mal-Uso [Development of a Rational Scale to Assess the Harms of Drugs of Potential Misuse], também procurava chegar a uma avaliação científica dos danos comparativos das várias substâncias, tanto lícitas quanto ilícitas. Os resultados serão surpreendentes só para aqueles que confiam nos meios de comunicação de massa para obterem o seu conhecimento sobre as drogas.
Os pesquisadores britânicos, liderados pelo dr. David Nutt, catedrático de psicofarmacologia na Universidade de Bristol, e o dr. Colin Blackmore, catedrático de fisiologia, anatomia e genética na Universidade de Oxford, avaliaram os possíveis danos das diferentes drogas em três escalas diferentes: o dano físico ao usuário causado pela droga, a tendência da droga a induzir a dependência e os efeitos deletérios do consumo de drogas nas famílias, na comunidade e na sociedade.
Quando sopesados com base no dano causado, os pesquisadores descobriram que tanto o álcool quanto o tabaco são mais nocivos do que a maconha ou o êxtase. A heroína e a cocaína foram as primeiras da lista de mais nocivas, seguidas pelos barbitúricos, pela metadona de rua e pelo álcool. Das 20 substâncias avaliadas, a maconha ficou em 11ª, atrás da buprenorfina, o sucedâneo da heroína, e à frente dos solventes. De maneira interessante, o LSD e o êxtase obtiveram muito poucos pontos na escala de danos, ficando nos 14º e 18º lugares, respectivamente. O khat, o suave estimulante do Oriente Médio, foi classificado como a menos nociva das substâncias avaliadas.
Os pesquisadores observaram que as ordenações por dano tinham pouco a ver com o jeito pelo qual as substâncias eram classificadas no Reino Unido. Embora se achasse que tanto o LSD quanto o êxtase, por exemplo, não fazem muito mal, são classificados como drogas de Classe A na Grã-Bretanha - a classificação mais séria. Igualmente, o álcool e o tabaco, embora apareçam em posições relativamente altas na escala do dano, continuam sendo substâncias legais.
A situação é parecida com a Lei de Substâncias Controladas [Controlled Substances Act (CSA, sigla em inglês)] dos EUA. Segundo a CSA, a maconha, o LSD, o khat e o êxtase são todos drogas de Classe I, uma designação que compartilham com a heroína e a cocaína, drogas muito mais nocivas. A lei sobre as drogas dos EUA designa estas drogas leves como mais perigosas do que drogas como os barbitúricos e as anfetaminas, que são drogas de Classe II, apesar de as segundas aparecerem em posições muito mais elevadas na escala de nocividade do Lancet.
Tal classificação ruim é um problema, disseram os pesquisadores. "Acima de tudo, as políticas de drogas visam a reduzir o dano aos usuários individuais, às suas famílias e à sociedade", disse o dr. Blackmore em uma declaração que acompanhava o lançamento do estudo. "Mas, atualmente, não há método racional e provado para avaliar o dano das drogas. Temos tentado desenvolver tal método. Esperamos que os legisladores percebam o fato de que a ordenação resultante das drogas difere consideravelmente da classificação delas na Lei de Mal-Uso de Drogas e que o álcool e o tabaco são considerados mais nocivos do que muitas substâncias ilegais".
"O mal-uso e o abuso de drogas são problemas de saúde de suma gravidade", disse o dr. Nutt. "A nossa metodologia oferece um arcabouço e processo sistemáticos que podem ser usados por entidades reguladoras nacionais e internacionais para avaliarem o dano das drogas de abuso atuais e futuras".
Embora os ativistas pró-reforma das políticas de drogas dos EUA elogiassem o estudo e as suas conclusões em geral, eles levantaram preocupações com a classificação da maconha diretamente no meio em termos de danos. "Parece eminentemente razoável sim, quando olhamos as leis acerca da maconha, que partimos do fato bem-documentado de que a maconha é mais segura do que o álcool e o tabaco", disse Bruce Mirken, diretor de comunicação do Marijuana Policy Project (MPP). "Como isso é o que acontece, as nossas leis atuais, tanto nos EUA quanto na Grã-Bretanha, pareceriam fazer pouquíssimo sentido. A própria noção de que as leis sobre as drogas devam manter alguma relação com os perigos reais das drogas é completamente esclarecedora", disse ele à Crônica da Guerra Contra as Drogas.
Allen St. Pierre, diretor-executivo da National Organization for the Reform of Marijuana Laws (NORML), recebeu bem as descobertas, mas também ficou preocupado com a classificação da maconha. "Eles lançaram as bases para uma melhor compreensão da classificação das drogas"Crônica. "Na pior das hipóteses, isto deve começar o processo inverso de levar a cannabis aonde deveria estar nas classificações sobre as drogas".
E onde seria isso? "Precisamos reconhecer que a maconha, o álcool, a cafeína e o tabaco são todos drogas leves", disse. "Qualquer coisa acima disso precisaria da classificação ou de algum tipo de regulação sobre a substância".
Os autores do estudo do Lancet discordaram ligeiramente. Em sua discussão da classificação científica das drogas, embora eles observassem que não há pontos de ruptura claros na escala de dano relativo, eles sugerem que mesmo um sistema de três níveis como o que está em vigor na Grã-Bretanha podia ser ordenado mais eqüitativamente agora. "Se uma classificação de três categorias fosse ser retida", escreveram, "uma possível interpretação das nossas descobertas é a de que as drogas com pontuações de dano iguais e superiores às do álcool poderiam ser de classe A, a cannabis e aquelas que estão abaixo poderiam ser de classe C e as drogas intermediárias poderiam ser de classe B. Nesse caso, é saudável ver que o álcool e o tabaco - as substâncias não classificadas mais usadas em geral - teriam classificações de dano comparáveis com as drogas ilegais das classes A e B, respectivamente”.
A colocação da maconha como se fosse mais nociva do que drogas como o LSD e o êxtase irritou um pouco os porta-vozes do movimento pró-maconha. "Eles a classificaram muito alto pela dependência, mas a dependência da maconha tende a ser muito suave", disse Mirken do MPP. "É possível dizer que a dependência de uma droga que não for nociva não é tão prejudicial como a dependência de uma for mais nociva. Não se estes pesquisadores fizeram essa distinção".
"Eles puseram peso demais no dano social que eles atribuem à cannabis e, notavelmente, no nível de intoxicação", disse St. Pierre da NORML. "Eles a classificaram como se fosse ligeiramente mais tóxica do que o LSD, mas fumar cannabis, mesmo na sua forma mais potente, não pode ser comparado com uma experiência de seis horas de LSD. Suspeito que os editores do Lancet estejam sendo deferentes demais à idéia de que, agora, a cannabis é tão potente quanto essas drogas outras".
"Posso ter algumas objeções à metodologia deles, mas é um passo razoável e é mais do que somos capazes nos EUA", disse Mirken. "Quando se está engatinhando e os demais estão caminhando, não dá para criticá-los por não correrem um quilômetro e meio em quatro minutos".

A cada 25 pessoas do planeta, uma delas é fumante da erva canábica

17 de outubro de 2009
Maconha: a cada 25 pessoas do planeta, uma delas é fumante da erva canábica

Novos dados e análises sobre consumo da maconha acabam de ser revelados e causaram, mais uma vez, efeito contrário ao desejado pela proibicionista e desprestigiada agência antidrogas e crimes das Nações Unidas (Unodc).
Frise-se: efeito contrário à linha de endurecimento praticada pela Unodc. Isto pelo fato de os dados mostrarem, com clareza solar, a falência das Convenções das Nações Unidas e das políticas proibicionistas e criminalizantes impostas ao mundo pelos EUA, via ONU.
Pelos últimos dados, 166 milhões de pessoas no mundo, num arco etário de 15 a 64 anos, consomem maconha.
Resumo da ópera: a cada 25 habitantes do planeta, um deles faz uso regular de maconha.
Por país, os maiores consumidores são EUA, Austrália e Nova Zelândia.
Decompondo os dados, 31% dos consumidores estão na Ásia, 25% na África e 24% na América. Quanto à Europa, detém 18% e a Oceania fica com 2%.
Os EUA, a Austrália e a Nova Zelândia, contemplam como crime o porte de drogas proibidas e impõem ao usuário pena de prisão. No Brasil, como se sabe, o porte continua crime e a pena não mais é de prisão, mas alternativa a ela: prestação de serviços à comunidade, etc.
Nos EUA, o usuário primário e surpreendido em flagrante delito é encaminhado à chamada Corte para dependentes Químicos.
Aí, o acusado fica num trágico e shakesperiano dilema, ou seja, poderá optar entre o tratamento ou a cadeia. De quebra, recebe o aviso, caso opte pelo tratamento, que a recidiva gerará prisão. É incrivelmene surpreendente, mas 100% dos acusados escolhem ao tratamento e não a cadeia ! ! !
Os dados supracitados acabam de ser publicados pela revista Lancet e referem-se ao ano de 2006. Não são ainda conhecidos os de 2007 e 2008.
Segundo levantamento de 2009 pela Louisa Degenhard of National Drug Alcohol Research Sidney´s Center, o consumo de maconha na Austrália e Nova Zelândia atinge 8% da população. O consumo maior está na faixa entre 15 e 64 anos de idade. Mas o consumo, consoante os pesquisadores, está em queda.
PANO RÁPIDO. A matéria da Lancet revela, também, uma importante pesquisa realizada nos EUA. Ela mostra que 10% do universo de consumidores norte-americanos fumam a erva canábica diariamente. Entre 20% e 30% fumam apenas uma vez por semana.
O consumo começa, sempre conforme a pesquisa, na adolescência e o pico é atingido entre 20 e 25 anos de idade. Com a idade adulta o consumo desaba. São fatores de queda o início de atividade laborativa ou nascimento de um filho.
Dos usuários nos EUA, 9% se tornam dependentes.
–Wálter Fanganiello Maierovitch–

Violência no Rio de Janeiro e Drogas

Violência no Rio de Janeiro: uma guerra previsível Para especialistas, conflito é um dos reflexos da tentativa do Rio em retomar áreas dominadas
Edson Luiz
Rodrigo Couto
Publicação: 20/10/2009 09:38
Os confrontos entre quadrilha rivais e a polícia no Rio de Janeiro já eram esperados e especialistas em segurança pública avaliam que as cenas de violência ocorridas no último fim de semana vão continuar e se intensificarão. A previsão é baseada a partir do que ocorreu em Medellín e Bogotá, na Colômbia, onde as cidades eram dominadas pelo crime organizado na década de 1990. Para o secretário nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, o que ocorre é a tentativa de retomada de territórios perdidos para os criminosos.Para Balestreri, o poder público no Rio perdeu um grande espaço conquistado nos últimos anos pelo crime organizado e agora decidiu retomá-lo não apenas oferecendo melhorias à população, mas partindo para o enfrentamento. Nesse cenário, criminosos de grupos rivais tentam tomar pontos estratégicos, como o Morro dos Macacos, o que gera confrontos. “Os indicativos são que essa situação vai continuar, como ocorreu na Colômbia, onde houve a luta pelos territórios perdidos”, afirma o secretário. “O que está acontecendo é trágico, mas está dentro de um contexto na luta contra o crime organizado.”Especialistas na área ouvidos pelo Correio divergem sobre as estratégias adotadas pelo governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), realizadas em conjunto com o governo federal. A maioria, porém, defende a descriminalização dos usuários de drogas ilícitas. Na avaliação do advogado e ex-governador do Rio Nilo Batista, as medidas para proibir o consumo de drogas são equivocadas. “A política proibicionista concernente às drogas ilícitas é que produz esse genocídio em curso no Rio de Janeiro. Suspeitos são mortos e os policiais são expostos e morrem por conta de uma prática completamente obtusa, porque repete o fracasso de quatro décadas”, afirma.
De acordo com Nilo Batista, que também é professor de direito penal da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e ex-secretário de Estado (Polícia e Justiça), a política repressiva às drogas ainda gera corrupção. “Muitas das facções criminosas têm relações com policiais.”Já o coordenador do Núcleo de Estudos da Cidadania, do Conflito e da Violência Urbana da UFRJ, Michel Misse, tem opinião diferente. Para ele, a política de ocupação social das favelas é correta e alija traficantes. “Esta medida conjunta de implantar o Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania) e o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) em comunidades de baixa renda tem se mostrado eficiente. Uma pena que ocorra somente em algumas favelas da Zona Sul carioca. É dispendioso, mas é uma forma eficiente de acabar com a violência e, ao mesmo tempo, oferecer cidadania”, salienta.Fim da PMPolêmico, o especialista em conflitos privados e públicos da Universidade de Brasília (UnB) Lúcio de Brito defende a extinção das polícias militares em todo o país. “Esses policiais são corporativistas e têm uma série de desvios. Sou contrário à separação de investigação e repressão entre a PM e a Polícia Civil. Essa última é que tem capacidade para concentrar tudo isso”, ressalta.O coordenador da organização não governamental Viva Rio, Antônio Rangel, afirma que a situação do estado fluminense vem piorando nos últimos 15 anos. “O narcotráfico não está derrotado e sobrevive porque tem o apoio de alguns setores da polícia”, afirma.

Para Lula e Uribe legalizar drogas não é forma de combater o narcotráfico.

Para Lula e Uribe legalizar drogas não é forma de combater o narcotráfico
Lula quer que países desenvolvidos tenha política severo de combate às drogas

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e o da Colômbia, Álvaro Uribe, rejeitaram nesta segunda-feira a legalização das drogas como um instrumento eficaz para combater o narcotráfico. Os dois se encontraram em São Paulo para tratar de acordos bilaterais entre os países. - Eu, sinceramente, não acho que a legalização das drogas venha a resolver os problemas do consumo. Não acho que a legalização resolverá o problema, acho que devemos ser mais duros - disse Lula. O presidente da República pediu políticas mais severas para a redução do consumo nos países desenvolvidos. Lula afirmou ter conversado sobre o assunto com líderes de outros países, aos quais disse que se as nações ricas aplicassem uma política mais rígida aos consumidores de drogas, a demanda no mundo reduziria. O presidente considera ainda que os produtores de drogas deveriam trocar a indústria de "transformação química" de cultivos ilícitos por outras de rentabilidade agrícola. Já Uribe disse que o combate ao narcotráfico precisa de "posições de equilíbrio e levar à prisão os criminosos que distribuem impunemente a droga no 'micro tráfico', amparado na lei de dose pessoal". Em uma aparente referência à descriminalização da posse de uma quantidade de drogas para o consumo pessoal em alguns países, Uribe se perguntou: "Por que propõem a legalização da droga, se a droga já está legalizada?". O presidente colombiano reiterou seu pedido de cooperação ao Brasil na luta contra o narcotráfico na região amazônica. - Confiamos em que nos próximos dias seja aprovado o acordo de cooperação em termos de segurança para nos ajudarmos mutuamente. Necessitamos da ajuda do Brasil, do Governo do presidente Lula, para enfrentar o narcotráfico na região amazônica e queremos ter essa integração com o Brasil - disse Uribe. Lula e Uribe encerraram hoje em São Paulo o Encontro Empresarial Brasil-Colômbia, que contou com a participação de autoridades, ministros e 246 empresários dos dois países, 106 deles colombianos. O encontro foi promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). EFE

Lula é contra legalização das drogas

Agência Estado
São Paulo - Após anunciar que o governo federal irá repor o helicóptero abatido por traficantes, sábado, no Rio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje, em resposta a jornalistas, ser contra a descriminalização das drogas no País. "Eu, sinceramente, não acredito que a legalização das drogas vai resolver o problema do consumo. Não acredito." A proposta é defendida pelo ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Na avaliação de Lula, os países ricos devem ser mais rígidos com os consumidores de drogas. "Temos de ser mais duros, precisamos evitar que as pessoas consumam. É preciso ter um processo de Educação, porque a cada dia o problema cresce mais. Cada dia temos a sensação de que é uma causa perdida, mas não podemos desanimar", encorajou Lula.
Ele afirmou que os investimentos do governo federal nas favelas têm o objetivo de reforçar a presença do Estado nas comunidades. "Estaremos dispostos a fazer tudo o que o governador (Sérgio Cabral, do Rio) precisar, limpando essa sujeira que essa gente põe no Brasil e no mundo. Tanta gente trabalhadora e honesta e uma meia dúzia de pessoas consegue ser chefe de outra meia dúzia que termina criando uma imagem negativa e vitimando pessoas honestas no Brasil", criticou o presidente.

Amor - Exigente - Mara Silva Carvalho de Meneses


Últimas Notícias
Publicada em 19/10/2009

Amor-Exigente
Pedagoga Mara Carvalho dá dicas de como trabalhar a prevenção às drogas


“O problema das drogas é o maior desafio do mundo de hoje e a sua prevenção se dá quando há união entre a população para esclarecer e preparar as pessoas sobre o uso das drogas”, explicou Mara Mara Silva Carvalho de Meneses, pedagoga e presidente do grupo ‘Amor-Exigente’, durante palestra no auditório da Unitins, no domingo, dia 18.
Mara apontou com principal caminho que a sociedade deve seguir; a busca pelos valores humanos, a convivência harmoniosa com a família e amigos, cultivar hábitos saudáveis e ter uma mudança de atitude diariamente.
Mas, ela é enfática, sem a elaboração de um plano de vida, as vezes as coisas não dão certo. Então, ela citou alguns princípios fundamentais para a prevenção ao uso das drogas: como a integridade moral e ética, a vivência de valores, a coerência e a pluralidade religiosa. “É preciso usar as diferenças a serviço do ser humano e da vida. O ‘Amor-Exigente’ está a serviço da transformação da nossa época, tendo como tema ‘cuidando de quem cuida’”.
Outra definição apontada por Mara é que o ‘Amor-Exigente’ é o reorganizador de atos para se viver melhor. Um dos primeiros pontos para se trabalhar a prevenção ao uso das drogas é conhecer a si mesmo e estar unido a um grupo de apoio de ajuda mútua.
Para trabalhar o desafio de combate as drogas, Mara frisou que a pessoa deve assumir o compromisso consigo mesma, sendo melhor hoje do que ontem.
Mara explicou que o governo tem um papel importante na prevenção às drogas, como promover ambientes saudáveis de convivência e realizando ações para retardar e prevenir o abuso de álcool ou outras drogas.
Outro fator importante é que as pessoas devem ter conhecimento sobre informações e dados sobre a situação das drogas no mundo, na região e no município para ter mais clareza do problema e como lidar com ele.
“O álcool é a porta entrada para os maiores problemas da sociedade, como violência e acesso a outras drogas”, alertou Mara. O alerta vai para os pais que não percebem que o álcool é uma droga e deixam os seus filhos menores de idade ingerir bebidas alcoólicas sem restrição.
Participaram do encontro 80 pessoas, entre elas, representantes de Araguaína, Novo Acordo, Lajeado, Tocantínia, Rio Maria (PA), Santana do Araguaia (PA) e Palmas.

Busca de alternativas
Crisnacleiton da Silva Pereira, 20 anos, veio de Santana do Araguaia, Pará, para conhecer o trabalho do grupo ‘Amor-Exigente’ e compartilhar a idéia com colegas da Diocese. “Valeu a pena ter vindo a este encontro. Precisamos trabalhar com os jovens esses valores humanos para que eles tenham novas alternativas”. Crisnacleiton irá realizar uma reunião com os jovens e paroquianos de Santana do Araguaia para viabilizar a criação dos grupos ‘Amor-exigente’. (Informações da Ascom/Seciju)

domingo, 18 de outubro de 2009

Armas poderosas e assaltos: Drogas.....


Impossibilidade da Legalização da Maconha


Fernando Capez[1]
Outubro/2009

Tema bastante polêmico e que tem gerado ampla discussão no meio acadêmico e social reside na busca de alternativas viáveis para o combate ao tráfico e consumo de drogas, por força do fracasso na atual política nacional e internacional de prevenção e repressão a esses dois grandes males que assolam a nossa sociedade neste milênio, os quais vêm assumindo proporções devastadoras.

Algumas soluções são propostas para debelar o problema, entre elas a descriminalização da posse de drogas para consumo pessoal, em especial da maconha, sob o argumento de que o usuário deve ser tratado e não apenado, tal como ocorre com os dependentes de álcool e tabaco.

Frise-se, no entanto, que nossa legislação não pune aquele que consome substância entorpecente, devendo essa questão ser analisada com maior reflexão à luz do que dispõe a Lei n. 11.343/2006, a chamada Lei de Drogas. O art. 28 dessa lei prevê que “Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I – advertência sobre os efeitos das drogas; II – prestação de serviços à comunidade; III – medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. § 1.º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica” (grifo nosso).

Como se percebe, em momento algum a lei criminaliza a conduta de usar a droga, mas tão somente sua detenção ou manutenção para consumo pessoal. Tutela-se, aqui, o interesse da coletividade, muito mais que o do próprio usuário, pois o que se pretende coibir é o perigo de circulação da substância, resultante de sua aquisição, depósito ou manutenção pelo agente. A lei não incrimina o uso, pois o bem jurídico aqui violado é exclusivamente a saúde do próprio consumidor da droga, e nosso ordenamento jurídico não admite que alguém receba uma punição criminal por ter, unicamente, feito mal a si mesmo. Trata-se do princípio constitucional da alteridade ou transcendentalidade, segundo o qual nenhuma lei pode punir alguém por fazer mal à própria saúde. O Direito Penal só pode tutelar bens jurídicos de terceiros, jamais punir o indivíduo que agride a si próprio.

Dessa maneira, o que se quer evitar é o perigo social que representa a detenção ilegal da substância, ainda que para consumo pessoal, ante a possibilidade de sua circulação, com a consequente disseminação.

Note-se que, muito embora não haja mais qualquer possibilidade de imposição de pena privativa de liberdade para aquele que pratique uma das condutas do art. 28, o fato continuou a ter natureza de crime. Sobre o tema, a 1.ª T. do Supremo Tribunal Federal (STF) já teve a oportunidade de se manifestar no sentido de que não houve abolitio criminis, mas apenas “despenalização”, entendida como exclusão, para o tipo, das penas privativas de liberdade (STF, 1.ª T., RE n. 430105 QO/RJ, rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. em 13.2.2007, DJU de 27.4.2007, p. 69).

Pretende-se, agora, que as condutas previstas no art. 28 da lei deixem de ser consideradas ilícitas.

Ocorre que a descriminalização, ao contrário do que se pensa, surtirá o efeito deletério de estimular o consumo de drogas e o narcotráfico.

Não podemos esquecer que o Direito Penal assume importante papel de estimular ou desestimular comportamentos sociais, de modo que, no instante em que ele deixa de considerar crime a posse de drogas para consumo pessoal, muitos se sentirão à vontade para “experimentar” a substância e se tornarem usuários/dependentes, levando, portanto, o indivíduo a uma postura individualista, com grave perigo social. Quem lucrará com isso? A sociedade? Claro que não. Quem sairá ganhando, fatalmente, será a rede mundial de traficantes, que forma a base da criminalidade organizada.

Muito embora se afirme que o objetivo da descriminalização é o de tratar e não punir o usuário de droga, é bom que se tenha presente que a Lei n. 11.343/2006 não impôs qualquer pena privativa de liberdade àquele que adquire ou possui substância entorpecente e, além disso, trouxe um amplo programa de prevenção e combate ao consumo de drogas. Além do que, quando se assevera que o usuário deve ser tratado e não apenado, encara-se o problema de uma forma isolada, esquecendo-se de que o que se tutela não é somente a saúde daquele, mas justamente a proteção da saúde coletiva. Trata-se de um bem maior que extrapola a esfera individual do cidadão.

Aliás, a questão da descriminalização ou não da posse de substância entorpecente não pode mais ser analisada apenas sob o enfoque da saúde do usuário, por envolver questões muito mais abrangentes e complexas, dado o impacto que essa medida poderá gerar no meio social, econômico etc. Basta que se tenha presente o fato de, quanto maior o número de usuários, maiores serão os gastos do sistema público de saúde, maiores serão os crimes perpetrados para angariar dinheiro para a compra da droga e maior será o poder das organizações criminosas.

Desse modo, a descriminalização não resolve o problema do consumo de drogas nem elimina o narcotráfico.

Num País como o Brasil, no qual é patente a deficiência na formação educacional, moral e religiosa de suas crianças e adolescentes, fica difícil sustentar a descriminalização da posse de drogas para uso pessoal, em especial da maconha, pois, com isso, o Estado estará tornando ainda mais fácil o acesso da juventude a uma substância que, ao lado do álcool, como é cediço, traz efeitos nefastos à saúde.

Quando se fala em descriminalização, pensa-se, de maneira individual, na figura do usuário e esquece-se dos motivos sociais que levam à proibição legal, como a proteção da saúde e da segurança pública.

Mencione-se, ainda, a existência dos que defendem que, ao lado da descriminalização das condutas previstas no art. 28 da lei, também deve ser operada a legalização da droga, em especial da maconha. Com essa medida, viabilizar-se-ia a venda lícita da substância entorpecente, estrangulando a grande fonte de renda das organizações criminosas que é o narcotráfico.

Sucede que toda política em relação a qualquer substância danosa à saúde, lícita ou ilícita, deve priorizar a redução do seu consumo. Muito embora o Estado permita a aquisição de bebidas alcoólicas e tabaco, percebe-se o crescimento de uma política que progride no sentido da intolerância a tais drogas lícitas (por exemplo: Lei Antifumo).

Levando-se em conta, ainda, que a venda legal não impediu o comércio de bebidas e de cigarros falsificados nem tampouco o seu contrabando, quem garante que, com a legalização, o narcotráfico não será mantido paralelamente?

Por todos esses motivos, o consumo e o tráfico de drogas são os dois grandes males que desafiam a nossa sociedade, mas que não podem ser debelados com a descriminalização das condutas previstas no art. 28 da Lei n. 11.343/2006 ou com a legalização da maconha, assumindo, pelo contrário, o Direito Penal, com o seu aparato, importante papel de nortear os comportamentos sociais e desestimular as condutas danosas à coletividade.



[1] Deputado Estadual e Professor de Direito Penal.


Como citar este artigo:
CAPEZ, Fernando. Impossibilidade da Legalização da Maconha. São Paulo: Complexo Jurídico Damásio de Jesus, out. 2009. Disponível em: <www.damasio.com.br>.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Reconhecido direito de cultivar e usar a erva para uso terapêutico na California - EUA


Maconha: decisão histórica.Reconhecido direito de cultivar e usar a erva para uso terapêutico.


David Willians, um norte-americano de 56 anos de idade, faz uso terapêutico da maconha, sob prescrição médica.
Ele integra um grupo de pacientes que usa maconha. Como tem espaço na sua residência, Willians cultiva 42 pés de maconha, suficientes para atender a todos os pacientes do seu grupo. Para justificar o plantio canábico ele invoca a lei da Califórnia.
Sob o governo do presidente W. Bush, –que foi à Suprema Corte para obter declaração de competência legislativa exclusivamente federal para questões de drogas e reconhecimento da inconstitucionalidade de leis estaduais autorizadoras de plantio e uso médico-terapêutico da erva canábica–, o paciente Willians passou a sofrer perseguição.
A pressão aumentou com o reconhecimento pela Suprema Corte da competência federal, a dar razão ao então presidente Bush.
No caso, a Suprema Corte reconheceu a competência federal, mas não declarou, por falta de pedido expresso, quais os estados federados que tinham leis inconstitucionais. A propósito, a Suprema Corte é composta por 9 juízes vitalícios, nomeados pelo presidente da República, após a anuência do Senado.Com efeito. O xerife do condado californiano de Butte achou que Willians deveria promover a erradicação de 29 dos 42 pés de maconha que cultiva.
A sua residência foi invadida pelo xerife, sem mandado judicial e Willians intimado a realizar a erradicação sob pena de prisão e processo.
Para o xerife, a lei estadual permite o plantio pelo próprio paciente, vedado que se beneficiem os que não realizam, pessoalmente, o cultivo da erva.
Segundo o xerife, nem todos os membros do grupo participaram das atividades agrícolas, daí a limitação a 13 pés.
Inconformados, Willians e seis outros pacientes do seu grupo foram à justiça.
Já em primeiro grau, obtiveram sentença favorável: “a contribuição de pacientes pode ser apenas econômica”, decidiu a corte do condado. Mais, os pacientes fizeram valer os seus direitos e não deveriam, por cultivar maconha, ser ameaçados de sanções penais. Nem poderiam ter suportado estresse emocional.
O caso, em razão de recursos, foi parar na Suprema Corte de Justiça da Califórnia. E a decisão final, considerada histórica, deu ganho de causa a Willians e aos outros seis demandantes.A Corte reconheceu o direito dos pacientes da Califórnia a cultivar coletivamente maconha para uso terapêutico.
Mais ainda, mandou comunicar às polícias do condado e a do estado para respeitarem a lei estadual, sem usar o artifício de omissão da lei federal para justificar atos repressivos ou ameaçadores.
Pano Rápido. No Brasil, a lei ainda não autoriza o uso pessoal da maconha para fim terapêutico, posicionando-se na contramão dos avanços humanitários, pois pacientes têm o direito natural, de utilizarem, querendo, medicamentos prescritos por médicos.
Na própria Califórnia existiu caso judicial famoso de uma mulher, com câncer no cérebro e dores insuportáveis, que só conseguia, com emprego de maconha, inibir o sofrimento. Nenhum outro analgésico, como atestado por médicos e confirmado por peritos, surtia efeito para ela. Em resumo, as dores só desapareciam com o uso de maconha.–Wálter Fanganiello Maierovitch–

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Governo do Paraná lança cartilha de ações de prevenção às drogas


O Governo do Paraná lançou nesta terça-feira (13), no Palácio das Araucárias, uma cartilha de prevenção às drogas. O material, denominado de Capacitação para Multiplicadores de Ações de Prevenção às Drogas, traz informações educativas e científicas e tem o objetivo de tornar acessíveis dados, estudos e ações sobre o tema. “Esta cartilha vai possibilitar alcançarmos um maior número de crianças, jovens e adultos em todo o estado. É um material informativo muito bem feito e que vai fortalecer as ações do Governo do Estado de combate às drogas. Um trabalho em favor da vida”, destacou o vice-governador Orlando Pessuti. A elaboração do conteúdo foi feita pela Coordenadoria Estadual Antidrogas (Cead), órgão vinculado a Secretaria da Justiça e da Cidadania e contou com a participação de representantes das áreas da Saúde, Educação, Segurança Pública, Psicologia, Assistência Social, Direito e outras.Para o secretário da Justiça e Cidadania, Jair Ramos Braga, a cartilha vai ajudar no combate a criminalidade “já que cerca de 95 % dos crimes são em conseqüência do uso ou do tráfico de drogas”. “O material vai difundir a prevenção às drogas principalmente através das escolas públicas. Já temos diversos pedidos de cartilhas para as escolas públicas da rede estadual e municipal do interior do estado e para diversos outros órgãos”, salientou o secretário.A publicação possui instruções que especificam sugestões de formas de tratamento a dependentes químicos, treinamento de gestores públicos e também propõem modelos de regulamentar entidades antidrogas, sugestões de sites, livros e filmes com a temática sobre drogas.“Queremos difundir em todo o estado a cultura de prevenção ao uso de drogas. O caderno faz parte de uma série de ações que fazemos por meio de informações, treinamento e ações pontuais. É um material educativo e informativo, que busca qualificar tecnicamente gestores de políticas sobre drogas e fortalecer as estruturas existentes no estado”, frisou a chefe da coordenadoria estadual antidrogas Sonia Alice Felde Maia. Entre as informações está o detalhamento da rede do Serviço Único de Saúde (SUS) voltada ao tratamento de dependentes de drogas. Segundo secretário da saúde, Gilberto Martin, a cartilha vai funcionar como um instrumento de articulação de todas as ações de combate às drogas. “É um material de orientação que vai possibilitar a formação em técnicos das diferentes áreas. Mas mais do que isso, da forma como ele está sistematizado pode ser um instrumento de articulação e coordenação entre as diferentes áreas”. Centenas de exemplares foram distribuídos para prefeituras, escolas da rede pública paranaense e autoridades do Governo Estadual. O conteúdo também está disponível no site da coordenadoria no http://www.antidrogas.pr.gov.br/POSSE – Durante o evento também foi realizada a posse do Conselho Estadual Antidrogas. Tomaram posso o presidente, Silvio Alves, e mais 20 representantes: dez governamentais ( secretárias da Educação, Saúde, Trabalho e outras) e mais dez de entidades não governamentais (Associação Comercial do Paraná, Associação dos Municípios, OAB, Conselhos Regionais de Medicina e de Psicologia).

domingo, 11 de outubro de 2009

Os melhores comentários sobre a notícia do Queijo de Maconha..

Sem Fronteiras

Foram 103 Comentários

Parece piada:


  1. Como aperitivo, deve abrir o apetite.

    Comentário por Mari Juana — 9 de outubro de 2009 @ 16:12

  2. Cacete, 1.000kg de erva!? Tem algo errado né? Uma tonelada em um queijo… imagina! hehehe

    De qualquer forma, minha namorada trouxe de uma viagem uma solução para barbear a base de cannabis. Muito bom produto!

    Comentário por Bruno — 9 de outubro de 2009 @ 16:31

  3. Vo entra na dieta do queijo agora !! Mais tem q ser com THC Ativo ! ;)

    Comentário por Ganja Man — 9 de outubro de 2009 @ 16:31

  4. Eu quero um desses pra mim. Me enviem um. rsrs

    Comentário por Jhon — 9 de outubro de 2009 @ 16:35

  5. TOPO PORQUE NÃO…

    Comentário por Rodrigo — 9 de outubro de 2009 @ 16:35

  6. em vez de bolinhos de queijo da Sabrina, na novela caras e bocas, podia ser bolinhos de cannabis da Sabrina. Comentário por bob marley — 9 de outubro de 2009 @ 16:58
  7. Pode ser ignorância minha, mas não consigo entender como a celulose - afinal de contas a folha é basicamente constituída de celulose- pode entrar no processo de fabricação de um queijo, eu tenho para mim que a planta deve lhe dar um gosto horrível.
  8. Comentário por Jean-Louis — 9 de outubro de 2009 @ 17:01
  9. óh tempos!, óh costumes! conseguiram desmoralizar até o queijo suiço. Mundo moderno é mesmo isso, que mais esperar da nova geração? basta ver os comentários dessa reportagem.
  10. Comentário por Joaçaba — 9 de outubro de 2009 @ 17:03
  11. O que vai dar de suiço com prisao de ventre e larica!

    Comentário por Junior porto alegre — 9 de outubro de 2009 @ 17:11

  12. Eu já tinha lido essa notícia em algum lugar, mas não me lembro. Comentário por Soninha Gabera — 9 de outubro de 2009 @ 17:12
  13. Já sou mineiro e gosto de queijo por genética, e ainda por cima com bagulho no meio? Ah, aí juntou o bom com o ótimo!!!!

    Comentário por Fred Cegonha — 9 de outubro de 2009 @ 17:14

  14. Vou fazer pizza com esse queijo e colocar uma ervas naturais de cobertura.

    Comentário por Vovó Cannabis — 9 de outubro de 2009 @ 17:16

  15. Isso é uma imoralidade.
    Vai gerar curiosidade nas crianças e dos jovens.
    Esse queijo vai virar porta de entrada para outras drogas, como danoninhos, chocolates, chicletes, etc.
    Não seu como uma notícia dessa não é censurada.
    Do que estava falando mesmo ?

    Comentário por Moralista — 9 de outubro de 2009 @ 17:35

  16. vamo caí pra dentro...

    Comentário por adriane — 9 de outubro de 2009 @ 17:49

  17. Esse é o leite da Norminha do Caminho das Índias

    Comentário por Braga — 10 de outubro de 2009 @ 2:00

Queijo de Maconha nos Supermercados Suíços


Prîcipe Canábico, é o nome do novo queijo

Príncipe Canábico é o nome do novo queijo

A partir de hoje, o queijo de maconha de nome Príncipe Canábico pode ser comprado nos supermercados da Confederação Helvética (Suíça).

É o único do gênero alimentar, em regular comercialização.

Na embalagem do novo produto e no espaço reservado às informações aos consumidores está consignado que a fórmula é secreta, mas são empregados na composição 10,0 kg de maconha e 1,5 litro de óleo canábico.

Consta, também, que o gosto é um pouco picante.

O produto é preparado na vila de Ecoteaux, no cantão de Vaud. Ele nasceu da associação de um autorizado plantador de maconha com um sitiante que explora a venda de leite de vaca.

A dupla levou cinco anos para chegar ao produto, que hoje passou a ser comercializado nos supermercados suíços.

Nos próximos dias, segundo anúncio feito pelo fabricante, o queijo de maconha será exportado para a Rússia.

Não se sabe nada acerca da distribuição do referido queijo Príncipe Canábico para os países que integram a União Européia.

Um selo colocado no queijo Príncipe Canábico avisa que o princípio ativo da maconha (tetra-hidrocanabinol-THC) foi extraído quando da fabricação.

Assim, nenhum efeito perturbador, próprio do THC, será experimentado pelo consumidor que ingerir o produto.

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a britânica Vovô Cannabis.

A britânica Vovó Cannabis.

PANO RÁPIDO. Sobre o novo queijo, ainda não é conhecida a opinião da britânica “Vovó Cannabis”, que ficou internacionalmente conhecida por elaborar doces e salgados com maconha.

A “Vovó Cannabis” não tira o THC da maconha usada nas suas receitas. E ela não emprega na preparação das receitas o haxixe marroquino, pois prefere a erva natural.

Não se deve confundir esse novo produto suíço com o queijo e o óleo de haxixe produzidos no Norte da África e no Líbano. O suíço é catalogado como alimento. Os derivados de haxixe são tidos como drogas proibidas.

No Marrocos, que é o maior produtor mundial de maconha e de haxixe, fala-se em queijo de haxixe. Recebe esse nome o haxixe em estado sólido, que é fumado, como fazem os usuários da pedra de crack (cocaína).

Referido queijo de haxixe, que é proibido, tem elevado teor de THC, sendo habitual atingir taxas superiores aos 40%.

–Wálter Fanganiello Maierovitch–

Amor demais estraga





O psiquiatra Içami Tiba diz que os pais precisam ser duros para manter os filhos longe das drogas

José Edward

André Penner
"Da escola o jovem leva a droga para dentro da família e para o grupo de amigos. As escolas de ensino médio tornaram-se um ótimo mercado"

Quando o assunto é o consumo de drogas entre os jovens, o psiquiatra paulista Içami Tiba, de 62 anos, não tem meias palavras. No livro Anjos Caídos, ele descreve uma dezena de disfarces, sete comportamentos suspeitos e mais de vinte respostas que jovens usam para convencer adultos de que não fumam maconha. Esse estilo direto às vezes pode render dissabores. Tiba está sendo processado por ter qualificado o campus da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo como um "antro de maconha", em uma entrevista. Ele não volta atrás no que disse e acredita que falam a seu favor 34 anos de profissão, 70 000 atendimentos psicoterápicos e 2 500 palestras mundo afora, além de catorze livros, com 600 000 exemplares vendidos. O último – Quem Ama, Educa! (Editora Gente) – está na 31ª edição.

Tiba aplicou suas teorias na criação de três filhos, um advogado, uma psicóloga e uma estudante de direito. Nesta entrevista, ele dá sua receita para o sucesso na educação das crianças. Isso inclui, ele adverte, evitar manifestações de "amor em excesso".

Veja – O senhor está sendo processado por ter dito que a PUC paulista é um "antro de maconha"...
Tiba – É verdade. Reconheço que se trata de uma respeitável instituição científica, mas não posso concordar com a filosofia de não reprimir o uso de drogas que vigora lá. Há, sim, uma cultura de fumar maconha nos corredores do campus, como se fosse a coisa mais comum do mundo. Eu mesmo testemunhei isso, pois fui professor lá durante quinze anos. Além disso, tenho pacientes que estudam lá e dizem o mesmo. Como médico, não posso falsear esse diagnóstico.

Veja – O episódio da estudante baleada numa universidade carioca tem relação com a penetração das drogas nas escolas?
Tiba – Os traficantes descobriram que a melhor maneira de disseminar a droga na sociedade é através da escola. Dali o jovem a leva para dentro da família e para o grupo de amigos. As escolas de ensino médio, sobretudo, tornaram-se um ótimo mercado. O traficante nem se expõe. Em praticamente todas há os minitraficantes, pessoas que se infiltram no meio dos alunos a serviço dos grandes. Às vezes são recrutados entre os próprios estudantes e recebem mais de 800 reais por mês. Há também muitos microtraficantes, alunos que pegam dinheiro dos colegas para comprar a droga e depois a distribuem. Não é preciso subir no morro nem ir à boca-de-fumo. A droga pode ser adquirida logo ali, na barraquinha ao lado da escola.

Veja – Muitos pais que experimentaram maconha são tolerantes com os filhos que repetem essa experiência porque não acreditam que ela seja porta de entrada para drogas mais pesadas.
Tiba – Na minha interpretação, ela é, sim, porta de entrada para drogas mais pesadas. Mas a porta para o vício é mesmo o álcool. A primeira coisa que o álcool faz na pessoa é diluir seu superego, instância da personalidade que agrega, entre outros, os padrões comportamentais. A partir daí, o indivíduo faz apenas coisas de que tem vontade e não o que aprendeu que deve ser feito. Tem extrema dificuldade para fazer a coisa certa. Esbarrou, já quer brigar, não agüenta desaforos, fica violento. O jovem que já estava pensando em experimentar maconha, e não tinha coragem, quando ingere bebidas alcoólicas vai provar, pois aquele freio foi destruído pelo álcool. Como a maconha despersonaliza a pessoa, daí para a cocaína é um passo.

Veja – Mas o que devem fazer pais que provaram maconha e não se viciaram? Há os que fumam com os filhos e há os que proíbem.
Tiba – Fumar com eles, nem pensar. Senão depois vão jogar na cara dos pais que se viciaram por culpa deles. Os pais têm de falar que são contra, que tiveram sorte de não ter se viciado. Quando possível, citar exemplos de conhecidos que se prejudicaram muito, ou até morreram, por causa da droga. É preciso ser duro e proibir. A proibição pode não evitar que eles fumem, mas saberão que estão agindo contra a vontade dos pais. Quanto a estes, pessoas que no passado fumaram maconha e se deram bem na vida em geral não deixaram que a droga atrapalhasse a vida delas. São comparáveis a pilotos de Fórmula 1 que não morreram, apesar do risco que correm nas pistas. Paulo Coelho, Bill Clinton e Fernando Henrique Cardoso, que admitem ter experimentado maconha, tornaram-se pessoas bem-sucedidas, mas são sobreviventes, assim como quem pratica esportes perigosos e não morre. Por outro lado, há quarenta anos, fumar maconha não era o objetivo em si. Fumava-se maconha e se queimavam sutiãs como forma de transgressão. Hoje, o uso da maconha é totalmente diferente. A maconha não é mais bandeira de coisa alguma. É comum ouvir papo furado do tipo "Fumo maconha porque sou livre". Está errado, pois quem é livre não precisa usar drogas.

Veja – O senhor é a favor da descriminação da maconha?
Tiba –
Não. O Brasil não está preparado para uma medida tão radical. Não sou a favor de ficar prendendo usuários, mas também não sou a favor de liberar geral, pois, se os caras estão se perdendo com cerveja, imagine com maconha.

Veja – Por que o senhor diz que amor em excesso pode gerar filhos drogados?
Tiba – O amor sem limites deixa que se desenvolva demais o lado animal e instintivo do jovem, que passa a fazer apenas aquilo de que tem vontade. Para esse jovem, o que interessa é o prazer. A maioria dos pais faz de tudo para agradar aos filhos e eles aprendem a ter prazer sem fazer nenhum esforço. Aí, quando vão para a rua, logo encontram quem lhes ofereça um baseado, uma dose de prazer.

Veja – Quando os pais devem começar a desconfiar que o filho está usando drogas?
Tiba – A maioria só desconfia quando a performance do filho na escola piora. Aí, pode ser tarde demais, pois o rendimento escolar é uma das últimas máscaras a cair. Antes, já caiu a ética relacional, que se traduz na falta de respeito às pessoas. Há também uma diminuição do afeto. Antes, ele se mobilizava para ajudar os pais a resolver pequenos problemas, ficava preocupado quando a mãe tinha uma dor de cabeça. Depois, o mundo pode desabar que ele não está nem aí, como se fosse um pensionista da casa.

Veja – Como identificar os primeiros sinais dessa situação?
Tiba – Além do comportamento suspeito que já citei, há outros disfarces fáceis de ser percebidos. Em geral, usar incenso, perfumar o ambiente ou deixar o chuveiro ou o ventilador ligados o tempo todo são estratégias para acabar com a marofa, a fumaça da maconha. Deve-se prestar atenção também na fala dos filhos. Se o garoto começa a se preocupar muito com os horários de saída e chegada dos pais, é outro sinal de que pode estar aprontando alguma. É suspeito ainda quando o jovem diz que "todo mundo está usando maconha", numa tentativa de minimizar o problema. Na verdade, isso significa que ele está andando com usuários. Quando o jovem começa a dizer que maconha faz menos mal que outras drogas, então é porque já se tornou, ele próprio, um usuário. Ninguém defende o que não lhe interessa.

Veja – É possível blindar os filhos contra as drogas?
Tiba – A melhor proteção é criar condições para que ele tenha auto-estima e, desde cedo, informá-lo sobre os malefícios das drogas. Os pais não têm como controlar a vida do adolescente, mas devem patrulhar o filho quando houver motivo para desconfianças. O jovem se fechar no quarto, por exemplo, é natural. Está querendo privacidade. Mas, se tranca a porta, está colocando os pais para fora da vida dele. Privacidade a chave é expulsão dos outros. Isso os pais não podem permitir.

Veja – Em seu último livro, o senhor afirma que educar é diferente de criar. Qual a diferença?
Tiba –
Os pais que educam têm como foco preparar os filhos para a vida. Os que criam acham que resolvem os problemas para eles. A maioria dos pais demora para fazer os filhos assumir responsabilidades. Por isso, é comum encontrar jovens que, apesar de bem-criados e bem nutridos, são mal-educados. São adolescentes que diante de qualquer situação adversa desistem ou partem para a ignorância.

Veja – Que valores os pais devem inculcar nos filhos?
Tiba –
Os principais são disciplina, gratidão, religiosidade, cidadania e ética. Por exemplo, quando o pai dá um presente ou mesmo um bombom ao filho e ele sai correndo sem dizer um "obrigado", ou o diz sem olhar nos olhos, não vale. Tem de ser incisivo: "Filho, olhe nos meus olhos e agradeça". Assim mesmo, na bucha. Essa postura de cobrança pelos mínimos bons costumes, se for constante, vai surtir um efeito para a vida inteira.

Veja – O bom exemplo dos pais influencia também na formação ética?

Tiba – A maneira como o filho trata uma empregada é uma cópia fiel da forma como seus pais a tratam. Se o pai ou a mãe fala "Vamos rezar" e quando sai da igreja já xinga um transeunte, dá o direito de o filho questionar: "Então a espiritualidade só vale dentro da igreja?". Não adiantam apenas exemplos de boa conduta. Muitas vezes, o filho joga algo no chão e o pai pega, achando que está sendo exemplar. Está errado, pois o que o pai tem de fazer é obrigar o filho a pegar. De outro modo, ele vai achar-se no direito de jogar papel no chão da escola e não apanhar. Afinal, essa função é da faxineira.

Veja – O que o senhor entende por religiosidade é freqüentar igreja?
Tiba –
É um sentimento instintivo do ser humano, que precede as religiões. Significa gente gostar de gente. Hoje em dia se valoriza muito pouco o respeito ao outro, independentemente do credo. Quando o filho maltrata o pai e este engole o mau trato sem reagir, dá uma grande lição de não-religiosidade. Quando o filho quebra um copo num momento de raiva, é comum o pai dizer: "Eu sei que você não fez por querer". Ao invés de poupá-lo e tirar a culpa do filho, o certo é fazer com que ele arque com as conseqüências de seu ato.

Veja – Adianta castigar ou cortar a mesada?
Tiba –
Mais do que cortar a mesada, o importante é fazê-lo repor o que quebrou. Tirar dinheiro é muito fácil. O filho tem de se dar ao trabalho de comprar um copo igual no lugar do próximo brinquedo, por exemplo. É uma forma de chamá-lo a assumir a conseqüência pelo ato praticado. Castigo não resolve coisa alguma. Se aqueles rapazes de Brasília que queimaram o índio Galdino, em vez de presos, tivessem sido condenados a trabalhar durante um ano na seção de queimados de um hospital, o efeito pedagógico seria muito melhor. Na cadeia, até gozam de certas mordomias. Não devem ter aprendido nada lá.

Veja – Têm-se visto muitos casos de atrocidades cometidas por jovens de classe média, como alguns que mataram os pais. O que são esses casos?

Tiba – Quando um filho chega ao ponto de atentar contra a vida dos pais, o respeito já se perdeu faz tempo. Ninguém que ama mata assim de repente, por impulso. Essa tese é desculpa de advogado. A situação já estava complicada. Tanto que aquele pai que matou o filho em São Paulo, há dois meses, alegou legítima defesa e obteve o apoio da família. Imagine, nem a mãe lamentou que o pai tenha matado o filho! O rapaz já estava em um estágio tão ruim que seu pai se viu em um triste dilema: era matar ou morrer. Boa parte da culpa nesses casos é dos pais, que, incompetentes para dar uma boa educação, tentam compensar arcando com as conseqüências das besteiras cometidas pelos filhos.

Veja – Nesses casos, dá para dizer que a droga foi o principal combustível?

Tiba – Há uma corrente, com a qual eu não concordo, que defende que a droga apenas desperta o assassino que a pessoa tem dentro de si. Eu acho que não é assim. Quando começam a usar drogas, as pessoas perdem a ética. Depois, têm a afetividade alterada, piora o rendimento escolar e, só aí, o organismo começa a ser atingido. Os bons princípios são devastados bem antes pelas drogas, e a pessoa passa a pensar que pode tudo. Poder sem ética vira violência.

Veja – As teorias que o senhor prega foram colocadas em prática na educação de seus filhos?
Tiba –
Meus filhos não funcionaram como laboratório nem cobaia para minhas teorias, mas eu e minha esposa nos empenhamos bastante para torná-los capazes de enfrentar bem a vida. Em casa, nunca entregamos nada pronto para eles. Nosso lema sempre foi: "Quem sabe fazer aprendeu fazendo". Criamos uma espécie de contrato de conseqüência, ou seja: se produziam ou agiam bem, eram recompensados pelo esforço feito. Se não, sofriam a conseqüência.

Veja – O senhor os colocava de castigo? Batia neles?
Tiba – Não os castigava. Eu os ensinei a arcar com o ônus e o bônus de seus atos. Também nunca bati, mas, às vezes, quando algum fazia muita birra, eu dava uns gritões na orelha dele e estabelecia um prazo para ele mudar de idéia.

Narcopolítica en la agenda - El Perfil


Por Rafael Bielsa | 11.10.2009 | 00:08

En una cena celebrada hace ya muchos años en Brasil, un alto jefe militar paulista compartió con sus compañeros de velada una preocupación: algunas de las estructuras delictivas simultáneas al carnaval de Río comenzaban a radicarse también en San Pablo. A su juicio, eso era un claro indicio de que el narcotráfico viajaba al corazón industrial de su país. La alarma tuvo su misa iracunda en octubre de 2002, cuando un contingente de camionetas cargadas con sicarios armados, ametrallaron el Palacio de Gobo para intimidar al gobierno ante la prisión del cabecilla narco Fernando da Costa, por entonces considerado el mayor traficante de América del Sur.
A principios de este año la televisión mexicana mostró los despliegues militares ordenados por el presidente Felipe Calderón en Ciudad Juárez, quizá el lugar más violento del país azteca. Sobrecogía ver las imágenes de camiones militares descargando su carga humana de soldados, no en guaridas clandestinas o en lujosas mansiones de notorios criminales, sino en juzgados y comisarías.
A veces, alienados por las crisis cotidianas, los individuos no perciben los grandes cambios que transforman la vida. A las sociedades les pasa lo mismo. Muchos comprenden que la droga es una desgracia humana, que es un multiplicador del delito y que no es combatida con eficacia. Pero muy pocos alcanzan a percibir que dentro del problema de la droga se está gestando la mayor amenaza del siglo XXI para las instituciones democráticas y los derechos humanos en la América Latina.
Según ha informado la ONU este año, hay al menos 200 millones de usuarios de sustancias ilegales en el mundo censado. Y de ellos, más de 40 millones son adictos. Este enorme problema humano es a la vez un inmenso mercado. Jean de Maillard, juez francés autor de un exhaustivo estudio global sobre la criminalidad financiera, estima en 400 mil millones de dólares anuales las ganancias del narcotráfico global, algo así como un 8% del comercio internacional.
El poder de corrupción y de contaminación social e institucional que ese enorme dinero genera va rodeando cada vez más a los hombres en todo el mundo. Y muy particularmente, rodea y ahoga a los latinoamericanos.
Recientemente, el Brooking Institute de los Estados Unidos –un conocido think tank demócrata– sentenció en un informe que las guerras localizadas sólo producen mudanzas de los centros de narcotráfico. América Latina es el mayor productor mundial de cocaína y marihuana. Dentro de unos niveles de producción global estabilizados en los últimos cinco años según las Naciones Unidas (Unodc), la región ha crecido en producción, en consumo y hasta en el rubro relativamente nuevo de las drogas sintéticas. A pesar del Plan Colombia y de los ingentes esfuerzos del México de Calderón en la materia. Las segundas y terceras líneas de los carteles colombianos de la coca y de los mexicanos de la efedrina han resuelto sus dilemas migrando a nuevos países, como la Argentina.
Nuestros países contienden con el gran dilema del narcotráfico convirtiéndose en un factor de poder, en el dominador de territorios y poblaciones, en la principal amenaza a la política como herramienta para transformar la realidad y en un abierto desafío a los derechos humanos. En el Informe de marzo de este año publicado por la Comisión Latinoamericana sobre Drogas y Democracia, se advierte del peligro de criminalizar los conflictos políticos a causa de la droga en Latinoamérica. Los fundadores de la Comisión saben sobre lo que están alertando: son Fernando Henrique Cardoso –quien fuera dos veces presidente de Brasil–, César Gaviria, ex presidente de Colombia, y Ernesto Zedillo, ex presidente de México. Para comprender apenas un poco la iniciativa de estos hombres, es pertinente recordar que los dos últimos accedieron a la presidencia de sus países tras el magnicidio de quienes deberían haber sido los respectivos candidatos: el colombiano Luis Galán Sarmiento, asesinado en 1989, y Luis Donaldo Colosio, muerto en 1994.
En Argentina y en toda la región se está comenzando a escuchar el llamado de estos líderes. Todo el que pretenda un lugar en el plano de los dirigentes debería intentar dejar a un lado las disputas políticas y ensayar unos acuerdos mínimos sobre estos graves asuntos. Cualquier acción política en este tema lo será ante todo en defensa de la democracia y los derechos elementales del hombre. Se debe dar prioridad a políticas de prevención y de contención de daños que lleven a desagregar el universo de drogas consideradas ilegales e impulsar regímenes especiales que consideren al adicto cada vez más como a un paciente del sistema de salud. Deben profundizarse y asegurarse las medidas de control y represión del lavado de activos, como propone la Agenda Nacional Argentina dictada en 2007 y de acuerdo con las 40 recomendaciones emanadas del Grupo de Acción Financiera Internacional (al que pertenece Argentina). Debe acelerarse la radarización del territorio, acentuando la intensidad que ha impreso el Ministerio de Defensa, para erradicar cuando antes agujeros de control y “vuelos no colaborativos”.
Pero todos los esfuerzos no alcanzarán si no se acepta que la tarea es conjunta, regional y global, y que debe ser colocada por encima de las diferencias políticas. Los centros más grandes de consumo, de lavado de activos y de producción de armas están fuera de la región latinoamericana. Estados Unidos y Europa, aún con matices que los diferencian, no tienen en el problema de las drogas una amenaza a sus instituciones. América Latina sí. Está atravesada por el drama humano individual, los efectos sociales de violencia y marginación y la criminalidad compleja. Pero es en América Latina donde este flagelo debe trascender con urgencia la crónica de noticias policíacas porque es el territorio, la libertad y las propias instituciones las que están en grave compromiso.
Si hay un proyecto de dominación por parte de algún hegemón global que transita, su nombre es narcopolítica. Las visiones conspirativas, una golosina local, deberían enfocarlo. Así, el debate sobre los márgenes de la prohibición o la licitud del consumo trae con ingredientes de coyuntura a la polémica estratégica. Mientras las discusiones de margen encienden los espíritus, la narcopolítica avanza y engangrena a las democracias en las que vivirán las próximas generaciones.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Why not de-criminalize marijuana use?

by Cinthia Tucker
October 7, 2009
Who knew that good old American capitalist competition could help defeat Mexican drug cartels? The Washington Post has a fascinating report today about American pot growers, whose illegal resourcefulness is giving the Mexican cartels a run for their heaping piles of money. Time was that Mexican and Columbian cartels controlled much of the marijuana trade, but not anymore.
Almost all of the marijuana consumed in the multibillion-dollar U.S. market once came from Mexico or Colombia. Now as much as half is produced domestically, often by small-scale operators who painstakingly tend greenhouses and indoor gardens to produce the more potent, and expensive, product that consumers now demand, according to authorities and marijuana dealers on both sides of the border.The shifting economics of the marijuana trade have broad implications for Mexico’s war against the drug cartels, suggesting that market forces, as much as law enforcement, can extract a heavy price from criminal organizations that have used the spectacular profits generated by pot sales to fuel the violence and corruption that plague the Mexican state.
I don’t have quite the enthusiasm for de-criminalizing marijuana that popular blooger Andrew Sullivan brings to the subject, with his series of posts, “The Cannibis Closet.” But I have long believed that the war on drugs is dumb and wasteful and perpetuates the violence it supposedly abhors. It’s also futile, as the Post’s report shows clearly.
Authorities found and destroyed about 8 million marijuana plants in the United States last year, compared with about 3 million plants in 2004. Asked to estimate how much of the overall marijuana crop was being caught in his area, Wayne Hanson, who heads the marijuana unit of the Humboldt County Sheriff’s Office, said: “I would truthfully say we’re lucky if we’re getting 1 percent.”

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Aldo Costa Azevedo - Senad

O coordenador de Articulação de Políticas de Prevenção da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), Aldo Costa Azevedo, disse que a Política Nacional Sobre Drogas (Pnad) prioriza ações de prevenção e valoriza abordagens comunitárias e redes sociais. "Não adianta trabalhos isolados, o problema é relacional".
Segundo Azevedo, o governo atualizou ações que eram voltadas mais para a repressão, para prender principalmente usuários pensando na redução da oferta de drogas. Para ele, a polícia tem que trabalhar em todas as áreas - da oferta ao tráfico e ao combate à violência. "E, para isso, contar com redes já estruturadas, como a Pastoral da Sobriedade", afirmou.
O coordenador participa do 1º Encontro Sul-Brasileiro de Prevenção ao uso de Drogas, promovido pela Pastoral da Sobriedade, que será encerrado hoje (4). Desde a noite de sexta-feira (2), integrantes da pastoral de todo o país discutem na capital paranaense os avanços na prevenção, o atendimento a familiares e a recuperação da dependência química. A pastoral, com sede em Curitiba, é referência para o governo federal.
De acordo com Aldo Azevedo, está ocorrendo uma articulação com vários ministérios e a sociedade civil "de ações de capacitação de atores sociais que vão fazer a prevenção na ponta, onde está o problema".
Em parceria com o Ministério da Educação, a Senad tem cursos a distância, como o que capacita professores para lidar com o problema. Já na terceira edição, com encerramento no fim do ano, 50 mil professores foram habilitados até agora a identificar o problema, levantar a realidade local e pensar num projeto de prevenção específico. "A meta é, a cada ano, realizar dois cursos compostos por 25 mil educadores", informou o coordenador.
Ele destacou a parceria do governo e igrejas na prevenção do uso de drogas, uma atuação inédita que não acontece em nenhum outro país. O projeto Prevenção do Uso de Drogas em Instituições Religiosas e Movimentos Afins - Fé na Prevenção tem levado o governo a mapear grupos religiosos de todas as crenças. A ideia é capacitar, até 2011, 20 mil líderes religiosos para atuar na prevenção do uso de álcool e outras drogas que geram comportamentos de risco e situações de violência. O coordenador disse que no país 12% da população têm algum tido de dependência química.
As aulas, gratuitas, da primeira turma do Fé na Prevenção começam no próximo dia 14, com 5 mil inscritos. A capacitação vai durar dois meses e terá certificação de extensão universitária pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Fundada em Curitiba em 1998, numa iniciativa de dom Irineu Danellon, bispo de Lins (SP), e alguns leigos, a pastoral teve sua metodologia desenvolvida pelo padre e atual assessor eclesiástico nacional, João Ceconello. Denominada Programa de Vida Nova, a metodologia é baseada em reuniões de autoajuda, com adaptação espiritual dos 12 Passos de Alcoólicos Anônimos.
"Estamos comemorando o décimo-primeiro aniversário da pastoral, atingindo desde a Amazônia até o Rio Grande do Sul. São 1,2 mil grupos de autoajuda por onde já passaram aproximadamente 3 milhões de pessoas", diz dom Irineu. Segundo ele, não há um número exato, mas a pastoral estima que cerca de 70 mil jovens que eram dependentes químicos estão vivendo em sobriedade, abstinentes, graças à atuação da pastoral.
O êxito do programa está no fato de o trabalho de recuperação começar pela família, que tem que estar envolvida em todo o processo. "Mesmo que o filho resista ao tratamento, que inclui internamentos e ajuda profissional das comunidades terapêuticas, com psicólogos e psiquiatras, a família tem a obrigação de perseverar", alertou o padre João Ceconello.

domingo, 4 de outubro de 2009

ONU realizam debate sobre drogas na Ales

02/10/2009

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“Política de Prevenção às Drogas”, este foi o tema da sessão solene realizada pela Frente Parlamentar de Políticas Sobre Drogas, presidida pelo vice-presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), deputado Estadual Rodrigo Chamoun (PSB), nesta quinta-feira (01).
Na solenidade estavam presentes o diretor do Escritório da Organização das Nações Unidas Sobre Drogas e Crime (UNODOC), Bo Mathiasen; os secretários de Estado de Segurança e Justiça, Rodney Miranda e Ângelo Roncalli, respectivamente; integrantes da Polícia Federal; Ministério Público;Tribunal de Justiça; representantes de várias entidades e da sociedade civil.
Bo Mathiasen expôs os principais aspectos do esforço internacional de combate às drogas, a importância da cooperação internacional no enfrentamento ao crime organizado e a discussão sobre a legalização e a descriminalização das drogas. Mathiasen ainda apresentou o Relatório 2009 da ONU sobre o consumo de drogas e a sua relação com a violência na América Latina.
“Existe uma tendência de estabilização global na produção, consumo e tráfico de drogas. Mais ou menos 50% da população mundial consomem álcool com frequência, contra 5% que usam drogas e 1% se considerarmos apenas os usuários problemáticos. Comparando estes números, fica claro que o controle de substâncias ilegais está funcionando em todo o mundo”.
O representante da ONU citou países que aprovaram a descriminalização para quem for pego com pequenas quantidades de drogas para uso pessoal. Também lembrou que em Portugal são aplicadas penas alternativas no caso de posse para consumo pessoal e que neste país existe um grande investimento público em serviços de tratamento e assistência social para usuários.
Em relação ao Brasil, ele afirma ser necessário união entre família, poder público e sociedade para combater às drogas e que a legalização poderia trazer impactos incalculáveis a saúde e a segurança pública. “Legalizar as drogas é um mito. Elas devem continuar ilegais porque a legalização não mudaria o quadro atual. Muito pelo contrário, o preço da droga cairia com a liberação e, assim, mais pessoas teriam acesso a elas. As drogas legais, como o álcool e o tabaco, matam muito mais do que as ilegais. Uma eventual legalização levaria a mais mortes relacionadas a esse tipo de consumo”, disse Mathiasen.
Rodrigo Chamoun, proponente da sessão, apresentou o trabalho da Frente Parlamentar de Políticas Sobre Drogas da Ales, lembrando que “é preciso que o Estado implante uma regra jurídica de combate ao consumo e ao tráfico de drogas que seja efetiva e não passe com a troca de governo”.
Para o deputado, os dependentes químicos não devem ser tratados como criminosos, mas sim pessoas doentes que precisam de ajuda. “Para vencermos essa luta contra o tráfico precisamos avançar em dois aspectos. O primeiro é a realização de um maciço trabalho de prevenção nas escolas para evitar que mais jovens sejam aliciados pelos traficantes. O segundo é oferecer tratamento adequado aos dependentes químicos em clínicas públicas especializadas, para que essas pessoas tenham oportunidade de se curar e viver com dignidade”, disse Chamoun.

EUA anunciam programa de prevenção ao uso de drogas

México, 29 set (EFE).- O Governo dos Estados Unidos lançará um novo programa para enfrentar a demanda por drogas baseado na redução, intervenção, tratamento e reabilitação que beneficiará crianças e dependentes com problemas judiciais.
O secretário-executivo adjunto do escritório da Casa Branca sobre políticas para o controle de drogas (ONDCP), Thomas Mclellan, reconheceu que o Governo se equivocou no passado no combate a esse problema.
Mclellan fez esse anúncio na 11ª Reunião regional do Grupo de Especialistas em Redução da Demanda por Drogas, pertencente à Comissão Interamericana para o Controle do Abuso de Drogas (CICAD-OEA), que será realizado até a próxima quinta-feira na capital mexicana.
Segundo ele, os EUA usarão um sistema nacional de prevenção destinado particularmente a crianças e jovens de entre 10 e 21 anos, principalmente nos locais onde acredita ser possível oferecer serviços de proteção e prevenção no período de uso e abuso drogas.
O programa também incluirá uma maior capacitação para médicos, enfermeiras e outros trabalhadores dedicados ao sistema de saúde.
Outro dos eixos incluídos é, segundo explicou, aumentar os recursos e pessoal para tentar aumentar o número de pessoas que recebem tratamento contra as dependências nos EUA, incluindo criminosos dependentes.
Mclellan explicou que, com isso, se pretende garantir que cerca de 3,5 milhões de pessoas não voltem a delinquir e que não gerem problemas de segurança e saúde pública.